Título: Candidatos fazem os ajustes finais
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Fonte: Correio Braziliense, 08/10/2012, Mundo, p. 19

Romney cresce e luta pelos estados decisivos. Obama fatura queda do desemprego

O presidente Barack Obama e o candidato da oposição republicana à Casa Branca, Mitt Romney, entram nas quatro semanas finais de campanha para a eleição de 6 de novembro com um olho no retrovisor e outro no mapa das pesquisas. A vitória de Romney no primeiro debate entre os dois, na última quarta-feira, seguida pela queda do desemprego para uma taxa inferior a 8%, anunciada dois dias depois, provocaram reflexões e ajustes de rumo no comando de ambas as campanhas. Os estrategistas se debruçam também sobre os números das sondagens: na sexta-feira, elas indicavam o crescimento do desafiante, embalado pelo debate, não apenas nas intenções de voto em escala nacional, mas também em três estados considerados indefinidos, e por isso mesmo decisivos para a sorte da disputa.

Não por acaso, o candidato republicano desembarcou com ímpeto renovado para uma série de comícios em um desses estados onde, segundo os últimos números, ultrapassou o presidente democrata — por 49% a 47%. Com 29 votos no Colégio Eleitoral que escolhe o ocupante da Casa Branca, a Flórida é um dos mais importantes entre os chamados "swing states". No cálculo quase unânime dos especialistas, quando levam em conta o panorama estado a estado, Romney tem chances reduzidas de tomar o cargo de Obama sem vencer por lá. Questionado pelo campo adversário, que o acusa de ter escondido sua "verdadeira face" no debate, o desafiante respondeu classificando os democratas de "perdedores chorões".

O presidente, por sua vez, partiu de Washington para cruzar o país em direção a Los Angeles, na Califórnia, um estado de grande peso no Colégio Eleitoral, mas onde sua vitória é praticamente garantida. Lá, a meta de Obama é manter o ímpeto em outra frente crítica para a campanha, a das contribuições: depois de meses sendo superados pelos republicanos, os democratas conseguiram liderar as arrecadações em setembro, com US$ 181 milhões, marca mensal recorde nesta campanha. Além de um encontro reservado em uma residência, com doadores de grandes somas, o presidente tinha previsto para de noite um show no Nokia Theater, animado por estrelas como George Clooney, Katy Perry, Stevie Wonder, Jon Bon Jovi e Jennifer Hudson.

Economia

Para os estrategistas da reeleição, no entanto, as atenções se voltam com maior intensidade para a escala seguinte. Ohio, estado industrial severamente castigado pela crise deflagrada em 2008, é outro dos grandes prêmios entre os "swing states", com 18 votos eleitorais. Lá, Obama espera faturar a boa notícia de sexta-feira, quando a taxa de desemprego caiu abaixo de 8% pela primeira vez em seus quase quatro anos de mandato. O dado, como observou o jornal The Washington Post, tirou dos republicanos um dos argumentos martelados com insistência ao longo da campanha. "Tivemos 43 meses consecutivos com desemprego acima de 8%", disse o próprio Romney em sua colocação final no debate de quarta-feira. Com o recuo para 7,8%, Obama contra-atacou na linha adotada no próprio confronto, apontando os republicanos como responsáveis pela crise de 2008: "O país já avançou muito para agora andar novamente para trás".

49% Intenções de voto no candidato republicano, Mitt Romney, em pesquisa nacional feita pelo instituto Rasmussen. Barack Obama teve 47%