Título: Definição sobre a chefia do esquema
Autor: Abreu, Diego ; Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 10/10/2012, Política, p. 2

A última semana do julgamento do mensalão reserva outro momento importante para José Dirceu. Já condenado por corrupção ativa, o ex-ministro chefe da Casa Civil pode sair do processo com a pecha de chefe de uma organização criminosa. Ao analisar o último item da denúncia, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) vão analisar se Dirceu liderou uma quadrilha de políticos e empresários que desviaram recursos públicos para pagar aliados.

Pelo Código Penal, o crime de formação de quadrilha, com pena de um a três anos de reclusão, tem relevância menor do que corrupção ativa. Isoladamente uma condenação pode nem levar a punição, uma vez que a pena já poderá estar prescrita. Há, no entanto, uma conotação política pela conclusão de líder do esquema.

No capítulo dois, o último em pauta, além de Dirceu, também serão julgados pelo mesmo crime, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-presidente nacional do PT José Genoino. O julgamento deve ocorrer na última semana de outubro.

Na sessão de hoje, o relator, Joaquim Barbosa, deverá começar a ler seu voto sobre o item sete que trata da acusação de lavagem de dinheiro contra os ex-deputados petistas Professor Luizinho (SP), Paulo Rocha (PA) e João Magno (MG). Eles receberam dinheiro do esquema do empresário Marcos Valério. Para a Procuradoria Geral da República, como eram do partido do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eles não foram corrompidos. Mas se beneficiaram do dinheiro e esconderam o recebimento.