O globo, n. 31401, 28/07/2019. Economia, p. 31

 

Chance de decidir

Daiane Costa

Gabriel Martins

28/07/2019

 

 

Novas regras criadas pelo governo levam brasileiro a mudar sua relação com o FGTS

A partir do ano que vem, o brasileiro poderá escolher uma nova forma de usar os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Até agora, o trabalhador só tinha acesso a essa poupança compulsória em casos de demissão sem justa causa, aposentadoria ou em situações específicas, como doença grave e compra de imóvel. Na semana passada, o governo anunciou a criação do saque aniversário, que permitirá, uma vez por ano, a retirada de parte do valor depositado no Fundo pelos empregadores. A possibilidade de aderira essa nova modalidade, onde cada um vai poder decidir o que fazer com uma parte do seu dinheiro, levantou dúvidas e causou preocupação entre os trabalhadores, ainda mais em um cenário de desemprego elevado, com 13 milhões de desempregados, e uma baixa cultura de poupança. Ao optar pelo saque anual, o trabalhador fica impedido de tirar o FGTS em caso de demissão sem justa causa por dois anos. Analista administrativa, Gabriella Nobre, de 36 anos, tem saldo de quatro ano semeio de FGTS. Ainda não decidi us eirá sacar, mas, apesar de estar endividada, gostaria de aproveitar o dinheiro para constituir uma reserva financeira. Pensa ema plicarem algo mais rentável que o FGTS, cuja baixarem une raçãoéa principal queixa de trabalhadores. Jorge Valentim dos Reis, de 57, é encarregado em uma indústria. Tem cerca de 16 anos de FGTS. Não tem casa própria, mas gostaria de usar os recursos para ter uma folga no orçamento. É a escolha certa?