O Estado de São Paulo, n. 45937, 26/07/2019. Economia, p. B5

 

Emprego tem o melhor semestre em 5 anos

Eduardo Rodrigues

26/07/2019

 

 

 Recorte capturado

 

 

Entre janeiro e junho, foram abertas 408,5 mil vagas com carteira assinada no País, aponta Caged; junho teve maior saldo de contratações desde 2013

No primeiro semestre do ano, foram criados 408,5 mil postos de emprego formal no País, melhor desempenho desde 2014. Em junho, foram novas 48.436 vagas, melhor resultado desde 2013, puxado pelo setor de serviços.

As empresas brasileiras geraram 408.500 vagas com carteira assinada no primeiro semestre, melhor desempenho para o período desde 2014. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério da Economia, o setor de serviços foi o campeão em criação de vagas do período, aom a abertura de 272 mil postos.

No mês de junho, o desempenho da economia brasileira também foi positivo. Mesmo com o fechamento de vagas na indústria e no comércio, o mercado de trabalho brasileiro criou 48.436 empregos no mês. Foi o melhor resultado para junho desde 2013.

O número foi resultado de 1,246 milhão de admissões e 1,199 milhão de demissões. O presidente Jair Bolsonaro usou sua conta do Twitter para comentar o resultado, repetindo o seu já tradicional bordão: “grande dia!”.

O secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, disse que a aprovação da reforma da Previdência no Congresso, a liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e outras medidas de desburocratização devem levar a uma retomada da confiança de empresários e consumidores. “Os dados do Caged indicam que teremos um resultado melhor em 2019 do que o de 2018.”

Para Dalcolmo, porém, essas ações não bastam para resolver situação do mercado de trabalho. “Os desafios são brutais, pois o País está saindo da maior recessão da história. Nem mesmo a Nova Previdência é suficiente para corrigir problemas, mas ela é indispensável para encaminhar outras mudanças, que incluem inclusive a reforma tributária.”

O resultado de junho foi puxado pelo setor de serviços, que gerou 23.020 postos formais, seguido pela agropecuária, que abriu 22.702 vagas. Também tiveram saldo positivo a construção civil (13.136 postos), serviços industriais de utilidade pública (2.525 postos), extração mineral (565 postos) e administração pública (483 postos).

Já a indústria de transformação fechou 10.988 vagas em junho, enquanto o comércio teve fechamento líquido de 3.007 vagas. “Apesar da queda no Caged em junho, a indústria teve um semestre positivo. Já o comércio continua registrando fechamento de postos”, disse Dalcolmo.

O subsecretário de políticas públicas e relações de trabalho do Ministério da Economia, Matheus Stivali, disse que o desempenho fraco da economia afeta o comércio, que, normalmente, emprega pessoas de qualificação média. “É um dos setores em que a crise é mais sentida”, afirmou.