O globo, n. 31400, 27/07/2019. País, p. 8

 

Empresa oferece recompensa por informação de ouro roubado

Ana Letícia Leão

Silvia Amorim

27/07/2019

 

 

Polícia investiga se bando tem relação com roubo de US$ 5 milhões em Viracopos

A empresa Lowers & Associate Internacional está oferecendo R$ 150 mil de recompensa para quem tiver informações sobre o roubo de 719 quilos de ouro —avaliados em R$ 123 milhões — do terminal de cargas do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, na última quinta-feira. A oferta vale para qualquer informação sobre os paradeiros da carga e da quadrilha. A polícia não descarta nenhuma linha de investigação. Policiais apuram, por exemplo, se os bandidos têm ligação com uma facção criminosa que atua em São Paulo; se funcionários do terminal de cargas de Guarulhos os ajudaram e se o crime estaria relacionado ao roubo de US$ 5 milhões ocorrido no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), no ano passado. — Todas as informações devem ser canalizadas na Polícia Civil. As informações precisam ser seguras e efetivas, que levem à apreensão do ouro roubado e à autoria do crime — disse José Gonçalves Neto, representante da a Lowers & Associate Internacional, sobre a recompensa.

Para Doria, imprudência

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), considerou ontem que houve imprudência por parte da empresa que transportava a carga de ouro roubada dentro do aeroporto de Guarulhos. O tucano sugeriu que a polícia deveria ter sido avisada para acompanhar a movimentação da carga. —Não sou especialista em segurança pública, mas uma empresa transportar 750 quilos de ouro sem o acompanhamento de polícia foi uma imprudência. Você não pode imaginar que uma carga dessa seja transportada e manuseada, ainda que numa área restrita do aeroporto, sem a presença policial — afirmou o governador de São Paulo durante entrevista coletiva. De acordo as investigações, a quadrilha usou dados falsos para comprar os quatro carros clonados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) usados na ação. Para os policiais, rastrear esses veículos pode ajudar a levá-los até os bandidos. O delegado João Carlos Miguel Hueb, da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais, disse que os carros não foram roubados. Ao menos dois foram comprados no interior do estado. Entre a noite de quinta e a manhã de ontem, os investigadores ouviram o depoimento de dez pessoas. A polícia acredita que aqu ad rilhaé formada por dez pessoas. —É uma quadrilha bem organizada que conhece, inclusive, o funcionamento das investigações. Não foi, com certeza, o primeiro roubo deles —afirmou Hueb. Segundo a polícia, os bandidos limparam as digitais que estavam nos carros com extintores de incêndio para dificultar as investigações.