O globo, n.31397, 24/07/2019. País, p. 06

 

Réus na Lava-Jato pedem suspensão de investigações 

Bernardo Mello 

24/07/2019

 

 

O ex-deputado Edson Albertassi (MDB) e o deputado estadual reeleito Luiz Martins (PDT), réus na Lava-Jato no Rio, entraram com pedidos para suspender as investigações da Operação Furna da Onça, após decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal

(STF), Dias Toffoli, na última semana. Albertassi e Martins estão presos no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

Toffoli determinou a suspensão de processos nos quais tenha ocorrido compartilhamento de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com o Ministério Público sem prévia autorização judicial.

O relatório, preparado no âmbito da Furna da Onça, apontou movimentações financeiras atípicas em gabinetes de mais de 20 deputados da Alerj. Dez parlamentares, incluindo Albertassi e Martins, foram alvo da operação em novembro passado e tiveram prisão preventiva decretada.

A defesa de Luiz Martins argumentou, em petição enviada ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) na última semana, que o parecer de Tof foliem relação ao senador Flávio Bolsonaro ( PS L- RJ) se aplica a outros investigados na Furna da Onça. No caso de Martins, além da suspensão das investigações, a defesa solicitou a revogação da prisão preventiva. O juiz Gustavo Arruda Macedo, substituto do relator Abel Gomes no TRF-2, pediu que o Ministério Público Federal (MPF) se manifeste antes de tomar sua decisão.

—Ele (Martins) foi citado no mesmo relatório que apontou o senador Flávio Bolsonaro. Apenas pedimos ao TRF-2 para aplicar o entendimento do Supremo. Trata-se de uma decisão com efeito vinculante, que precisa ser respeitada, portanto, por todos os juízes e procuradores do país — afirmou Rafael Luiz Duque Estrada, advogado de Martins.

No caso de Albertassi, a defesa endereçou uma petição ao presidente do STF para estender ao ex-deputado a suspensão das investigações da Furna da Onça. Albertassi já foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão por crimes investigados na Operação Cadeia Velha, outro desdobramento da Lava-Jato no Rio. Não há previsão para que Toffoli avalie o pedido da defesa de Albertassi, protocolado na segunda-feira.