O Estado de São Paulo, n. 45913, 02/07/2019. Política, p. A10
Presidente vai aguardar PF para decidir sobre ministro
Teo Cury
02/07/2019
O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, afirmou ontem que o presidente Jair Bolsonaro vai aguardar a conclusão das investigações da Polícia Federal para decidir se mantém no cargo ou exonera o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Rêgo Barros informou ainda que a demissão do ministro “não é um tema que está vicejando, perpassando pelo presidente neste momento” e que Bolsonaro “não teve, em nenhum momento, a suposição de tirá-lo do cargo de ministro”.
Segundo o porta-voz, o presidente demonstrou reconhecimento ao trabalho que vem sendo realizado pelo ministro. “O presidente mantém sua decisão de aguardar a finalização da apuração da Polícia Federal para então, a partir dessa finalização, tomar as decisões que são naturais a quem lidera o Poder Executivo”, disse Rêgo Barros. De acordo com ele, havia a previsão de um encontro, hoje, entre os dois. A reunião deve ser realizada amanhã ou quinta-feira.
Na semana passada, a Polícia Federal prendeu o assessor especial do ministro, Mateus Von Rondon, e dois ex-auxiliares do titular do Turismo, na segunda fase da Operação Sufrágio Ostentação – que investiga suspeita de candidaturas-laranja do PSL em Minas em 2018. Ontem, a Justiça Eleitoral em Minas mandou soltar von Rondon e os dois ex-auxiliares do ministro – Roberto Soares e Haissander Souza, ambos coordenadores de campanha de Álvaro Antônio para a Câmara em 2018.
Indiciamento. Von Rondon, Soares e Souza foram indiciados pela PF por falsidade ideológica, uso indevido de verba e associação criminosa, com pena máxima de 9 anos e 3 meses de prisão, no total.
A PF também indiciou quatro mulheres apontadas como laranjas do PSL. Em depoimentos, todas permaneceram em silêncio. O indiciamento foi por falsidade ideológica, aplicação irregular de verba e associação criminosa. O inquérito será enviado ao Ministério Público, para apresentação, ou não, de denúncia.