Título: Petista quer trégua
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Fonte: Correio Braziliense, 15/10/2012, Política, p. 3

Após as sucessivas investidas de José Serra, que explora o julgamento do mensalão e a gestão de Haddad à frente do Ministério da Educação, rival do tucano promete não comentar mais os ataques

O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, demonstrou irritação ontem com os frequentes ataques do adversário, José Serra (PSDB), e prometeu não respondê-lo mais. O petista tentou minimizar as críticas do tucano sobre o kit anti-homofobia produzido pelo Ministério da Educação, na época em que era o titular da pasta. “Não vou comentar, estou cansado desse tipo de ataque”, declarou.

Haddad ficou incomodado com as perguntas de jornalistas sobre a possível distribuição do kit na cidade e o retorno do debate religioso à pauta da campanha. O material havia sido alvo de ataques do pastor evangélico Silas Malafaia, que apoia Serra. Em entrevista, o tucano afirmou que o chamado kit gay servia para “doutrinar, e não educar”.

Os dois oponentes têm sido questionados por direcionar a campanha para discussões pessoais no lugar de debater propostas para a capital paulista. Enquanto Serra cita problemas na pasta que Haddad comandava no governo federal e o julgamento do mensalão, o petista ataca a gestão do tucano na prefeitura e de seu sucessor e cabo eleitoral, Gilberto Kassab (PSD). “Estendo o convite ao meu adversário. Vamos parar de discutir coisas sem importância e vamos discutir a cidade”, comentou Haddad.

Serra, porém, não demonstrou intenção de reduzir os embates no segundo turno. “O que elevou o tom nos últimos dias foi a condenação que o Supremo Tribunal Federal fez a altos dirigentes do PT e do governo Lula”, disse ontem, sinalizando que vai apostar no assunto na propaganda eleitoral, que volta a ser veiculada hoje. “Quem está introduzindo esse tema é o Brasil, não uma simples candidatura aqui em São Paulo.”

Vice em 2014 Ao ser questionado sobre a aliança entre o PMDB e o PT no segundo turno, o prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), disse ontem, durante visita a São Paulo, que espera mudanças na disputa de 2014. Aproveitando a euforia com a ocupação de mais quatro comunidades cariocas, Paes promoveu o governador Sérgio Cabral (PMDB) à esfera federal. “O que eu quero é que o Cabral seja o vice da Dilma (em 2014). A gente respeita o vice-presidente Michel Temer, mas agora é a vez do governador Sérgio Cabral ser o vice”, afirmou.