O Estado de São Paulo, n. 45963, 21/08/2019. Política, p.A8

 

Fim de coligações pode levar à união de PSDB e DEM, afirma Maia

 

 

Camila Turtelli

Mariana Haubert

21/08/2019

 

 

 

 

Presidente da Câmara diz que existe ‘forte possibilidade’ de fusão e que partidos estarão juntos em ‘2020 e 2022’

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que, com o fim das coligações partidárias, há uma “forte possibilidade” de uma fusão entre seu partido e o PSDB. A declaração de Maia foi dada durante a apresentação do deputado Alexandre Frota à bancada do PSDB, com o governador de São Paulo, o tucano João Doria.

“Estamos cada vez mais próximos e mais fortes. E não tenha dúvida, o fim das coligações vai nos levar à necessidade de uma reorganização partidária onde o Brasil voltará a ter três, quatro, cinco partidos fortes e um desses será certamente uma forte possibilidade de termos o DEM e o PSDB como a mesma força e o mesmo partido de representação”, afirmou.

Maia disse ainda que “o PSDB e o DEM estarão juntos nas eleições de 2020 e de 2022”, repetindo parceria histórica entre as siglas. A afirmação de Maia foi reforçada por Doria. O governador disse que a parceria será também base para apoiar a reeleição de Bruno Covas à Prefeitura de São Paulo no próximo ano.

“Nossa posição é muito clara em relação às eleições municipais na capital de São Paulo onde estaremos unidos em torno de Bruno Covas”, disse o governador paulista.

“Vamos conciliar para agregar mais valor e ampliar nossa aliança, somar aquilo que acabou de mencionar Maia, o DEM e o PSDB estarão juntos. Posso assegurar nesta decisão em relação à capital e juntos venceremos as eleições e teremos a reeleição de Bruno Covas prefeito de São Paulo”, disse Doria.

O governador passou a fazer movimentos mais incisivos na busca por uma aliança com o DEM. Em abril, o tucano participou da convenção estadual do DEM. O vice de Doria, Rodrigo Garcia, é do partido de Maia.

A ideia de uma eventual fusão surgiu entre os tucanos após o PSDB sofrer sua pior derrota eleitoral nas eleições do ano passado. Doria disse a interlocutores que a proposta é, antes, fortalecer o partido, para depois partir para o processo de fusão com outra sigla.

 

Aécio. Em relação à situação do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), Doria disse que o candidato derrotado à Presidência da República tem todo direito de fazer sua ampla defesa, fora do partido. Depois do diretório municipal de São Paulo, o PSDB paulista formalizou ontem outro pedido de expulsão de Aécio.

Os pedidos serão levados ao Conselho de Ética da sigla. O diretório municipal de São Bernardo do Campo, sob a influência do grupo político do prefeito Orlando Morando, também formulou um pedido de expulsão do mineiro. “Como governador de São Paulo, a meu ver o deputado Aécio Neves tem todo o direito a formular sua defesa na plenitude, confiante na sua inocência e também na Justiça, mas pode fazê-lo fora do PSDB”, disse Doria.

 

Covas. Há o temor de que a permanência de Aécio no partido atrapalhe os planos eleitorais de Doria para a Presidência em 2022, e de Bruno Covas, prefeito de São Paulo, que disputará a recondução ao cargo nas eleições do ano que vem. O presidente do partido, Bruno Araújo, disse que a análise dos pedidos de expulsão começa oficialmente hoje.

“Cabe a mim como presidente do partido presidir um processo com absoluta imparcialidade”, disse. “Amanhã o partido vai analisar em sua executiva a admissibilidade do processo, se vai seguir ou não para comissão de ética”, afirmou.

 

Representação

“Estamos cada vez mais próximos e mais fortes (...). (Há) certamente uma forte possibilidade de termos o DEM e o PSDB como a mesma força e o mesmo partido de representação.”

Rodrigo Maia (DEM-RJ)

 

 

PRESIDENTE DA CÂMARA