Título: Notas de bancos e de Barcelona caem
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 17/10/2012, Economia, p. 13

A agência de classificação Standard & Poor’s rebaixou nesta terça-feira a nota de sete bancos espanhóis, incluindo os dois mais importantes, Santander e BBVA, uma semana depois de ter reduzido a nota da dívida soberana da Espanha. A Província de Barcelona também teve a classificação de crédito rebaixada pela agência ontem.

Os bancos afetados são Santander, BBVA, Banesto, Banco Popular, Bankia-BFA, Banco Sabadell e Caixabank. Os principais bancos do país tiveram as notas reduzidas em dois níveis: o Santander e sua filial Banesto de A- para BBB), enquanto o BBVA saiu da classificação BBB+ para BBB-.

As notas do Santander e do BBVA estão associadas a uma perspectiva negativa, o que significa que a agência pode voltar a reduzi-las a médio prazo. Os outros bancos tiveram suas notas rebaixadas em um nível: o Banco Popular (de BB+ a BB), o Bankia (de BB+ a BB) e sua matriz BFA (de B+ a B), CaixaBank (de BBB a BBB-) e Banco Sabadell (de BB+ a BB).

Em 10 de outubro, a Standard & Poor’s rebaixou a nota da Espanha para BBB-, apenas um grau acima do nível de risco, pelos temores políticos e econômicos que pesam sobre o país, em plena crise da dívida da Eurozona.

Separatismo A província de Barcelona teve a nota alinhada à da Espanha. A região da Catalunha, que tem Barcelona como capital, vive uma campanha separatista fervorosa.

A agência considerou que a província de Barcelona — uma das quatro que integram a Catalunha — não pode ter nota melhor que a Espanha pois sua renda “depende do governo central em 85%, o que limita sua independência financeira”.

Como aconteceu com a nota soberana da Espanha, a agência S&P acrescentou à degradação da nota da província de Barcelona uma perspectiva negativa, o que significa que poderá rebaixá-la a médio prazo a uma categoria de "bônus lixo".

» Lagarde defende flexibilidade

Os países da Zona do Euro que não enfrentam dificuldades em tomar dinheiro emprestado deveriam adotar uma abordagem mais flexível sobre cortes de deficit, afirmou ontem a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. “O ritmo poderia ser um pouco mais flexível para todos os países na zona do euro — não estou falando da França — que não estão sob pressão de investidores”, disse Lagarde à emissora de TV fracesa LCI. Ela acrescentou que os países e as instituições da Zona do Euro devem elevar, em conjunto, a flexibilidade no prazo para programas de redução do deficit.