Título: Caem mortes por tuberculose
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Fonte: Correio Braziliense, 18/10/2012, Saúde, p. 29

Embora a tuberculose continue fazendo vítimas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou relatório dizendo que o controle da doença salvou cerca de 20 milhões de vidas entre 1995 e 2011. Nesse período, o tratamento chegou a 51 milhões de pacientes no mundo, reduzindo o número de mortos. No ano passado, 8,7 milhões de pessoas contraíram o mal. No ano anterior, a taxa foi de 8,8 milhões. A queda acumulada desde 1990 chega a 41%.

Apesar disso, a entidade mostrou-se preocupada com a detecção de tipos mais resistentes do mal. De acordo com o relatório divulgado em Washington, nos Estados Unidos, "há um avanço ainda muito lento na resposta à tuberculose multirresistente, com apenas um de cada cinco pacientes diagnosticado no mundo". Na Índia e na China, os países mais afetados pelo mal, o número cai: um caso a cada 10 descobertos.

Segundo a OMS, a tuberculose é a grande causa de mortes de mulheres no mundo. Em 2011, dos 1,4 milhão de óbitos pela enfermidade, meio milhão era de pacientes do sexo feminino, principalmente soropositivas. Em 2011, 1,4 milhão de pessoas morreram pela doença, sendo que 430 mil eram portadoras do vírus HIV. Dessas, 200 mil eram soropositivas. As ações desenvolvidas em Camboja foram destacadas pela entidade. O país asiático reduziu em 45% a prevalência da tuberculose entre 2002 e 2011.

Investimento A falta de dinheiro para combater a doença também foi destacada no relatório. A estimativa é de que, para que o cenário melhore ainda mais, os países de baixa renda recebam, entre 2013 e 2015, US$ 8000 bilhões de dólares, sendo US$ 3 bilhões por ano. "O doador do Fundo Internacional é especialmente importante para manter os ganhos recentes e realizar progressos futuros nos 35 países de baixa renda (sendo que 25 são na África), onde os doadores destinam mais de 60% dos recursos atuais", defende o relatório.

Os diagnósticos também estão mais eficientes, avalia a entidade. A novidade é para um teste molecular rápido que, em 100 minutos, é capaz de afirmar se a pessoa está com tuberculose e se o tipo é resistente a determinado medicamento. Entre dezembro de 2010 e junho deste ano, 61 países haviam comprado cerca de 1,1 milhão de testes. A África do Sul é um dos principais, com 37% das aquisições. Espera-se que a redução do preço do dispositivo acelere as compras.