Título: Melhora ou piora?
Autor: Lobão, Guilherme
Fonte: Correio Braziliense, 20/10/2012, Economia, p. 16

Não há consenso nas classes trabalhadora e a empresarial sobre uma forma eficaz de se construir melhores relações de trabalho. Para os empresários, uma revisão da CLT é fundamental. Mas os trabalhadores temem ficar desprotegidos. "Há conquistas históricas da classe que estão lá e não abrimos mão. Quando se fala de modificar leis no Brasil, a tendência é tirar os direitos", avalia a secretária de Relações de Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Maria das Graças Costa. "O ideal é que nesse processo fosse regulamentada a negociação coletiva para concretizar, na prática, o que os movimentos trabalhistas têm feito aos poucos", completa.

Os setores produtivos não poupam críticas às leis trabalhistas. "Não é apenas que a CLT não acompanhou as mudanças do mercado; há elementos que ficaram travando, encarecendo e dificultando a atividade empresarial. Houve apenas tentativas de fazer uma reforma trabalhista e sindical, duas áreas que precisam sofrer modificações", opina Paulo Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, reforça o coro do empresariado pela reforma. "Nossa legislação não evolui. É atrasada e fascista", diz. "Hoje, as empresas buscam a formação do trabalhador e superam aquela relação serviçal do passado", reitera.