O globo, n.31376, 03/07/2019. País, p. 09

 

Caso de militar com droga é 'gravidade extrema'

Vinicius Sassine 

03/07/2019

 

 

O procurador-geral de Justiça Militar, Jaime de Cassio Miranda, disse ao GLOBO que “não há dúvida da gravidade extrema” do caso envolvendo o segundo sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, preso na Espanha com 39 quilos de cocaína, traficados dentro de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) durante uma missão presidencial. Por esse motivo, o procurador-geral decidiu colocar o Ministério Público Militar (MPM) para acompanhar as investigações da FAB já nos primeiros passos do inquérito policial-militar instaurado na semana passada.

Como o caso é tratado como crime militar, a investigação é feita pela FAB, sema participação da Polícia Federal( PF ), e na esfera da Justiça Militar.

—Estava preocupado com a qualidade da investigação. Não há dúvida da gravidade extrema do caso —afirmou.

Rodrigues foi preso em Sevilha, capital da Andaluzia, no sul da Espanha, na semana passada. O procurador-geral fez contato com o comando da Aeronáutica e, na última sexta-feira, decidiu designar uma integrante do MPM para acompanhar as investigações.

Segundo Miranda, a atuação da instituição ocorrerá por meio da promotora designada, Angela Taveira, sem a participação do próprio procurador-geral. Isto porque, segundo ele, o procurador-geral entra numa investigação apenas se detectado envolvimento de generais.

A FAB cumpriu mandados de busca e apreensão no imóvel funcional onde morou o segundo-sargento, em Brasília, e também no endereço mais recente do militar, em Taguatinga (DF). As buscas, ocorridas na segunda-feira, incluíram um cão farejador e foram acompanhadas pela promotora do MPM.

Estas são as primeiras diligências desde a instauração do inquérito. As informações sobre os mandados de busca e apreensão foram detalhadas pelo MPM. O prazo para a conclusão do inquérito é de 40 dias, prorrogável por mais 20 dias.