Título: Impacto na inflação
Autor: Bancillon, Deco
Fonte: Correio Braziliense, 25/10/2012, Economia, p. 15

O governo espera que a nova prorrogação do desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis contribua para que os preços praticados pelas montadoras continuem baixos aos consumidor. “Se nós suspendêssemos a desoneração, provavelmente as empresas aumentariam os preços, recolocariam o IPI em novembro e dezembro. E nós queremos que os preços continuem baixos, bem comportados”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O recado tem direção certa. Com o custo de vida em disparada, por causa da maior pressão dos alimentos, o governo tem tentado sinalizar para o mercado que agirá sempre que possível para reduzir a inflação, que deverá fechar o ano na casa dos 5,5%. O número ultrapassa em um ponto percentual o centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,5%, e fica apenas um ponto abaixo do teto da meta, de 6,5%.

Compensação Para o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos, ao prorrogar pela segunda vez neste ano o desconto do IPI para carros, o governo deverá conseguir reduzir, pelo menos em parte, conter a alta da inflação neste fim de ano. “Vamos calcular de novo a taxa para novembro. Mas, para dezembro, acredito que o efeito ainda negativo da alta dos alimentos compensará essa menor pressão dos preços dos carros”, disse.

Atento a esse movimento, Mantega explicou que a ideia do governo é continuar adotando medidas que possam reduzir o custo de vida. “Sempre que nós pudermos contribuir para baixar a inflação, nós continuaremos contribuindo”, assegurou. A preocupação do ministro demonstra o estado de alerta do Palácio do Planalto com a carestia. (DB)