Título: Comércio celebra a extensão do benefício
Autor: Bancillon, Deco
Fonte: Correio Braziliense, 25/10/2012, Economia, p. 15

Concessionárias esperam incremento de 30% nas vendas até o fim de 2012. A meta é chegar ao recorde de agosto, de 14 mil unidades

O alto estoque de veículos parados nas concessionárias e nas montadoras, que levou o governo federal a reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros em maio deste ano, não é mais um problema para as revendedoras. Mesmo assim, a presidente Dilma Rousseff continua cedendo e, ontem, anunciou que irá prorrogar a redução da alíquota — pela segunda vez em dois meses — até o fim de dezembro. A notícia animou o setor, que pretende vender até 30% mais neste fim de ano. E os empresários já avisam: vai faltar carro.

Guilherme Gonçalves, gerente de uma das concessionárias Fiat de Brasília, conta que a lista de espera da revendedora tem hoje cerca de 200 nomes. Com a extensão do benefício, esse número deve aumentar consideravelmente. “Os meses de novembro e dezembro já representam, geralmente, um acréscimo nas vendas. Com o IPI reduzido, a demanda deve ser maior, e mais gente deve entrar no cadastro”, afirma.

O vice-presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Distrito Federal (Sincodiv), Hélio Aveiro, explica que, de fato, o estoque para alguns modelos está defasado, mas assegura que há pronta-entrega para os populares. Com o impulsionamento da presidente Dilma Rousseff, Aveiro espera um incremento de 30% nas próximos meses — a média no fim do ano é de 15%. “Muitos clientes deixam para trocar o carro no fim do ano, por causa do 13º salário”, afirma. “Com a redução, esperamos alcançar os números que tivemos em agosto, quando o Distrito Federal atingiu o recorde de vendas: 14 mil unidades”, completa.

Corrida às lojas Sem saber dos planos do governo de estender o corte na alíquota, Izis Neves de Menezes, 52 anos, correu para a concessionária para adquirir o segundo veículo da família. Ela conta que o incentivo ajudou a conseguir um modelo mais completo, mas lamenta a negociação feita com urgência. “Nós queríamos um Gol, mas o desconto nos possibilitou um Voyage. A pressa de comprar ainda com a redução, no entanto, nos impediu de pesquisar mais. Ao menos conseguimos o carro de pronta-entrega”, conta.

O vendedor Tiago Figueiredo, 28 anos, também aproveitou para adquirir o segundo automóvel, um Palio Sport. Ele conta que, com o desconto no IPI, conseguiu um abatimento de R$ 3 mil. “É uma boa economia, por isso comprei logo, com medo de o incentivo acabar”, afirma. Apesar da preocupação dos brasileiros em correr para as concessionárias, Aveiro explica que as vendas de setembro foram abaixo das expectativas do mercado na capital: 10,9 mil unidades, 3 mil a menos do que o registrado no mês anterior.