O Estado de São Paulo, n. 46060, 26/11/2019. Metrópole, p. A17

 

Brasil vai testar sistema que facilita a entrada nos EUA

Mateus Vargas

26/11/2019

 

 

Global Entry é uma reivindicação antiga de empresários dos dois países; piloto pode ter até 20 participantes  

Mais agilidade. Pelo programa, fica possível não passar pela fila do controle imigratório

Os governos do Brasil e dos Estados Unidos farão um teste para o ingresso no programa Global Entry, que não dispensa a exigência do visto, mas facilita o processo de entrada de cidadãos previamente cadastrados nos Estados Unidos, conforme o Ministério da Casa Civil.

O teste será feito com um grupo de até 20 pessoas participantes do Fórum de Altos Executivos, realizado ontem em Washington. “Essa fase experimental, que iniciará em breve, permitirá identificar as necessidades técnicas e operacionais para o lançamento de uma fase piloto e, posteriormente, para a execução plena e ampliada do programa”, afirmou em nota o ministério.

“Brasil e Estados Unidos deram o primeiro passo para a participação brasileira no programa Global Entry de viajantes confiáveis mantido pela agência de Proteção das Fronteiras e Aduanas do Departamento de Segurança Interior, cujo objetivo é permitir ingresso imigratório facilitado e automatizado de cidadãos previamente credenciados”, disse o governo brasileiro. A participação no programa é reivindicação antiga dos setores privados brasileiro e americano – e havia uma negociação desde o ano passado.

Este é o “primeiro passo concreto” para a parceria, segundo o ministério. Chegou a ocorrer um primeiro anúncio em 2015, durante uma visita oficial de Dilma Rousseff, mas nada se efetivou. Pelo programa, fica possível não passar pela fila do controle imigratório e fazer checagem automática do passaporte em quiosques eletrônicos. Cada interessado precisa pagar uma taxa de US$ 100 a cada cinco anos. A medida é considerada importante para a maior fluidez nas viagens de negócios. “Além do Brasil, outros 11 países participam do Global Entry”, segundo a Casa Civil. Na lista aparecem Argentina, Colômbia, Índia e Reino Unido.

PERGUNTAS & RESPOSTAS

Documento custa US$ 100

1. Como funciona?

Os participantes devem procurar as máquinas do Global Entry em mais de 30 aeroportos, incluindo o John F. Kennedy, em Nova York, Miami e Los Angeles. Normalmente, ficam próximas das cabines de imigração nos aeroportos. Ali, será preciso escanear o passaporte na página de leitura óptica ou o green card Além disso, é feita uma verificação da impressão digital e o preenchimento rápido de uma declaração aduaneira. A máquina emite um recibo da transação e orienta o viajante ruma à esteira de bagagens e à saída.

2. E quais serão os valores?

Como se trata de uma espécie de “segundo visto”, provavelmente será preciso pagar pelo novo documento, que custará US$ 100 e será válido por até cinco anos, nas regras atuais. Quem for tirar ou renovar o visto precisará pagar o mesmo valor para tentar obter o Global Entry Visa.