Título: Enem atrai mais alunos do DF
Autor: Castro, Grasielle
Fonte: Correio Braziliense, 30/10/2012, Brasil, p. 11
Apesar de não ser uma modalidade de acesso para a Universidade de Brasília, aumenta a procura pelo exame. Dos 5,7 milhões de inscritos no país, 89.570 moram na capital
Embora a Universidade de Brasília (UnB), instituição que mais oferece vagas no ensino superior do Distrito Federal, não use o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como porta de entrada tradicional em seus cursos, o número de inscritos na capital dobrou nos últimos sete anos. Desde que a avaliação passou a ser usada no Programa Universidade para Todos (Prouni), em 2005, a cidade vivência um boom de interessados no processo. Dos 5,7 milhões de inscritos em todo país, 89.570 são do Distrito Federal — há sete anos eram 42.705. Para se candidatar, não é preciso estar vinculado ao ensino médio. Do total de inscritos nacionalmente, 3,2 milhões já concluíram a etapa da educação, 1,5 concluirão este ano, 719 mil terminam após 2012 e 308 mil não concluíram nem estão cursando o ensino médio.
Para o professor da Faculdade de Educação da UnB Remi Castioni, o alto índice de procura se deve às várias funções agregadas pelo Enem. Ele ressalta que a finalidade de avaliar o ensino médio, estabelecida quando o exame foi criado, em 1998, ficou em segundo plano. A prova permite ao aluno o ingresso em diversas instituições, acesso às vagas remanescentes da UnB e também atesta a conclusão do ensino médio aos que atingirem 400 pontos, na escala que varia de 0 a 1.000. A nota vale ainda para o ProUni, programa de concessão de bolsas de estudo integrais e parciais em instituições privadas, para o Financiamento Estudantil (Fies) e para o sistema de cotas raciais e sociais. "O Enem virou um leque de opções para os alunos."
A avaliação abre também a possibilidade de estudantes concorrerem a diversas universidades do país sem precisarem se locomover ou fazerem outros vestibulares. A aluna do 3º ano do ensino médio Ana Louise Viriato, 17 anos, aspira uma cadeira em jornalismo na UnB e vê com esperança a oportunidade de pensar em locais diferentes para fazer o curso superior. "Dá para pensar nas vagas remanescentes, nas faculdades de outros estados e até nas faculdades particulares daqui." Ana Louise e a colega de classe Karina Borela Mesquita, 17, mostram que não há espaço para folga no calendário de estudos. "Estamos preparadas para o Enem, mas vamos estudar até o último dia", assegura Karina.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reforçou ontem que os preparativos para a prova, marcada recentemente por falhas, já estão prontos. Segundo ele, os principais motivos de preocupação são monitorados pelo ministério 24 horas, com ajuda das polícias Civil, Militar, Federal e do Exército. Um dos itens de alerta constante é o fornecimento de energia, devido aos apagões no Nordeste na semana passada. "Como é um feriado prolongado, nós vamos ter uma queda de consumo. Isso também ajuda, tanto no trânsito quanto na questão da oferta de energia. Até a escolha da data foi feita para ter mais tranquilidade", frisa. "É o meu primeiro Enem e estou com uma grande expectativa de poder fazer um bom exame."