O Estado de São Paulo, n. 46081, 17/12/2019. Política, p. A10
Eduardo Bolsonaro volta ao cargo de líder do PSL
Camila Turtelli
17/12/2019
Em mais um capítulo da escolha da liderança do PSL na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) se tornou, novamente, o líder da bancada do PSL na Casa, embora não se saiba por quanto tempo.
O sistema eletrônico da Câmara trocou ontem o nome da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) pelo de Eduardo, filho “03” do presidente Jair Bolsonaro. Com isso, a liderança de Joice durou apenas cinco dias.
Mais cedo, deputados do PSL ligados ao presidente prepararam uma lista para pedir a destituição de Joice e a volta de Eduardo ao cargo. O requerimento com 28 nomes foi entregue na tarde de ontem na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados. Trata-se da quarta troca na liderança da bancada.
Na semana passada, o PSL suspendeu 14 deputados, o que deu à ala ligada ao presidente nacional da legenda, Luciano Bivar (PE), a maioria para pôr Joice na liderança. Eduardo havia sido suspenso por um ano de suas atividades pela cúpula do PSL, após o rompimento do presidente com Bivar.
No auge da crise, porém, uma liminar da 4.ª Vara Civil de Brasília derrubou a decisão do diretório nacional do PSL. Ontem, bolsonaristas organizaram outra lista para reconduzir Eduardo ao posto na Câmara.
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Fundo eleitoral será de R$ 2 bi, diz relator
Renato Onofre
17/12/2019
Relator do Orçamento no Congresso, o deputado Domingos Neto (PSD-CE) afirmou que vai manter o valor de R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral. Na última sexta-feira, o Estado mostrou que ele já tentava convencer líderes partidários do novo valor. A decisão representa um recuo do Congresso, que chegou a tentar emplacar um fundo de R$ 3,8 bilhões. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro havia sinalizado que vetaria qualquer aumento.
“O valor ficou em R$ 2 bilhões. É um valor de consenso”, afirmou Neto ontem.
A decisão do relator põe fim à novela sobre a quantidade de recursos públicos que seria liberada para as campanhas eleitorais no ano que vem. Na terça-feira passada, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), se reuniu com dirigentes de partidos na Câmara e levou uma proposta de baixar o valor para R$ 2,5 bilhões, com o compromisso de que, assim, Bolsonaro não vetaria essa proposta. Pouco após a negociação ser noticiada pelo Estado, porém, o presidente declarou, nas redes sociais, que não havia tratado do assunto nem “enviado recado” ao Congresso.
Parte dos líderes que assinaram o manifesto favorável a aumentar o fundo afirmou ao Estado que é melhor garantir os R$ 2 bilhões para as campanhas do que entrar em rota de colisão com o presidente.
O fundo eleitoral se tornou a principal fonte de recursos de campanhas após decisão do Supremo Tribunal Federal que, em 2015, proibiu doação empresarial. Em 2018, o fundo destinou R$ 1,7 bilhão a candidatos.