Título: Pacote de R$ 1,8 bilhão contra seca nordestina
Autor: Rangel, Rosália
Fonte: Correio Braziliense, 10/11/2012, Política, p. 6
Dilma Rousseff participa de encontro de governadores na Bahia e o tema principal é a forte estiagem que castiga a reunião. Executivo federal libera recursos para obras
Salvador — A presidente Dilma Rousseff abriu os cofres do governo federal para socorrer os estados do Nordeste, que enfrentam a pior seca dos últimos anos, ao liberar R$ 1,8 bilhão para a realização de obras estruturantes na região. A ação, anunciada ontem, na 16ª reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, em Salvador (BA), serviu para aplacar parte das queixas dos gestores em relação a medidas adotadas pelo Palácio do Planalto, mas deixou em aberto questões que estão incomodando os governadores numa proporção semelhante à estiagem que castiga a população, os rebanhos e a agricultura nos municípios atingidos.
Durante a inauguração da Adutora do Algodão, na região de Guanambi, em Malhada (BA), Dilma afirmou que a principal meta do governo é assegurar o abastecimento de água nas regiões que sofrem com o período de seca. "Chegou a hora de resolver o problema da água de uma forma a garantir que as mulheres, os homens e as crianças possam tomar café e tomar um banho", ressaltou durante cerimônia no município baiano. "É uma coisa horrível não poder dar uma água limpa para um filho ou filha", completou a presidente.
Para ela, "é fundamental garantir água para as refeições e a higiene das pessoas". Dilma acrescentou "ser impossível controlar a chuva e a seca, mas é possível assegurar instrumentos que melhorem a vida da população nos períodos de estiagem". O discurso presidencial aconteceu pouco depois de Dilma ouvir Maria Mendes do Pindaí, representante de movimentos sociais, que expôs as dificuldades enfrentadas pelas mães de família que não conseguem preparar o café da manhã por falta de água. "A primeira coisa que a gente precisa é ter água, porque sem água não tem café", disse a líder, sendo abraçada pela presidente, que elogiou seu discurso.
Carros-pipa Segundo Dilma, o principal objetivo do governo é minorar os sofrimentos e as consequências decorrentes da seca. "Queremos que a seca nunca afete a vida das pessoas. Vamos usar o que há de melhor no mundo para garantir que a seca que não seja uma volta atrás. Queremos que as adutoras, as cisternas e a irrigação sejam a realidade e que cada vez menos necessitemos de carros-pipa", ressaltou. Ela acrescentou que o Exército administra a distribuição de água em várias regiões do país, por meio de 4,2 mil carros-pipa. A presidente espera que esse número chegue em breve a 5 mil.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, ressaltou que, nos primeiros dois anos do governo, foram investidos mais de R$ 4 bilhões em obras na tentativa de amenizar os efeitos da seca em várias áreas do Nordeste. Segundo ele, há ainda mais R$ 14 bilhões previstos em investimentos na região. "(Queremos garantir que) água boa de qualidade chegue a todos os que moram na região", destacou Bezerra.
"Chegou a hora de resolver o problema da água de uma forma a garantir que as mulheres, os homens e as crianças possam tomar café e tomar um banho. É uma coisa horrível não poder dar uma água limpa para um filho ou filha" Dilma Rousseff, presidente da República