Título: Juntos na reforma migratória
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Fonte: Correio Braziliense, 10/11/2012, Mundo, p. 22

O discurso conciliatório do presidente Barack Obama na festa da reeleição parece ter surtido efeito. O primeiro resultado notório do convite de Obama para que membros dos partidos Republicano e Democrata trabalhem junto veio do presidente da Câmara de Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados), o republicano John Boehner. Se houve um impasse entre ambos na questão do orçamento nacional, Boehner acredita que ele e seus correligionários, ao lado do chefe de Estado, chegarão a um consenso para aprovarem uma reforma migratória nos EUA.

“Há tempos esse tema deve ser abordado de maneira integral, e acredito que o presidente, eu mesmo e outros encontraremos um terreno comum para resolvê-lo de uma vez por todas”, estimou, em entrevista à ABC News. O Partido Republicano, maioria na Câmara dos Representantes tem dificultado a aprovação de medidas sugeridas pelos democratas em grande parte adotadas no meio da disputa eleitoral. Há pelo menos cinco anos o Congresso bloqueia reformas migratórias, que solucionariam a situação de mais de 11 milhões estrangeiros em situação ilegal.

Fracassos

A última tentativa de reforma migratória integral foi iniciada pelo senador republicano John McCain e pelo democrata Ted Kennedy em 2007, mas não foi adiante por falta de apoio. Outra reforma, parcial, tampouco conseguiu ir adiante em dezembro de 2010. Nesse caso, a medida visava resolver a situação legal dos jovens que estudam em universidades americanas, mas ingressaram ainda crianças no território dos Estados Unidos. Na quinta-feira, o Senado mexicano parabenizou Obama pela reeleição e reforçou seu pedido de que se faça uma reforma nas leis de migração baseada “no respeito pleno aos direitos humanos”. A preocupação se justifica pelo fato de que 6,1 milhões de mexicanos vivem ilegalmente nos Estados Unidos, segundo o Centro de Pesquisas Pew.