Título: Reação na economia
Autor: Walker, Gabriela
Fonte: Correio Braziliense, 10/11/2012, Mundo, p. 23

Com a publicação de bons indicadores financeiros de outubro, os dirigentes que participam do 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC) poderão ostentar os números positivos para encorajar as esperanças de reverter o quadro de desaceleração econômica da potência asiática. De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas, o último mês representou altas da atividade industrial, das vendas ao varejo e dos investimentos em bens de capital na China. Além disso, a retomada da atividade industrial no último mês faz analistas esperarem uma aceleração do crescimento da segunda economia mundial, cujo Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 7,6% para 7,4% no terceiro trimestre, o índice mais baixo desde o primeiro trimestre de 2009.

Segundo os últimos números, a produção industrial chinesa obteve um aumento de 9,6% em ritmo anual, contra 9,2% de setembro. Nos 10 primeiros meses do ano, a taxa se situou em 10%. Outra estatística apontou um crescimento de 14,5% nas vendas ao varejo (indicador do consumo de lares) em outubro — 0,3 ponto percentual a mais em relação ao mês anterior. Em contrapartida, o aumento dos investimentos em bens de capital, que levam em conta a aplicação de capital em instalações, máquinas e equipamentos, registrou apenas uma leve aceleração de 20,7% nos 10 primeiros meses do ano, contra os 20,5% dos nove primeiros.

Crédito

Para responder à desaceleração econômica, Pequim adotou um plano de recuperação de 400 bilhões de euros (cerca de US$ 1 trilhão) e abriu as comportas do crédito. O estímulo à demanda interna, no entanto, provocou o aumento da inflação, que não registrava um índice menor do que a taxa de 1,7% do último mês, desde janeiro de 2010. Em outra manobra, a alta cúpula do PCC aprovou nova estratégia de reforma econômica, cuja diretriz incentiva o aumento da participação de capital privado em bancos locais e em instituições financeiras. A medida tem o objetivo de estabelecer uma nova ordem econômica e financeira para o país, o que deve beneficiar os investimentos em bens de capital. O projeto piloto será instaurado no município de Wenzhou, na província de Zhenjiang, e servirá de modelo ao restante da China.

Ainda ontem, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou um relatório sobre o crescimento econômico mundial até 2060. Segundo a previsão da entidade, o PIB chinês superará o dos EUA em 2016, em razão das “suas fortes taxas de crescimento”. “O equilíbrio da potência econômica irá mudar sensivelmente nos próximos 50 anos”, afirma a OCDE.