Correio braziliense, n. 20531, 09/08/2019. Negócios, p. 12

 

Companhias ainda sem preparo para a Lei de Proteção de Dados Pessoais

09/08/2019

 

 

As empresas brasileiras não estão preparadas para garantir os direitos e deveres em relação ao tratamento de dados pessoais exigidos pela Lei de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que começará a vigorar no Brasil em agosto de 2020. Segundo pesquisa da Serasa Experian, 85% dos executivos de 508 companhias de diferentes portes e segmentos em todas as regiões do país reconheceram essa situação.

Os resultados mostram que 72% das companhias com mais de 100 funcionários pretendem contratar uma pessoa especializada na área ou uma consultoria para que as ajude a se adaptar à primeira lei federal voltada exclusivamente para a proteção de dados.

“Ao estabelecer um marco regulatório inédito no Brasil, a LGPD reafirma o poder dos dados para a estratégia de todas as empresas”, diz Vanessa Butalla, diretora jurídica da Serasa Experian. “O resultado da pesquisa evidencia a importância de as companhias intensificarem a preparação para coletar, proteger e utilizar as informações pessoais de acordo com a lei, em prol da continuidade de seus negócios.”

A pesquisa também mostrou que, com a chegada da lei, quase 73% das empresas esperam algum impacto ou um impacto muito significativo na atual infraestrutura de TI. Outro aspecto evidenciado pelo levantamento é a maneira como as empresas coletam dados e permissões de uso de informações pessoais de consumidores e usuários de serviços.

Hackers

Na média de todos os segmentos, as companhias preferem investir mais no relacionamento pessoal (reuniões, feiras, eventos etc.) e nas mídias sociais do que propriamente na gestão de seus dados.

Respeitar a informação privada dos clientes não deve ser a única preocupação das empresas. Elas precisam também estar atentas ao vazamento de dados. Segundo estudo recente realizado pela consultoria PwC, ataques promovidos por hackers cresceram 83% nos últimos três anos. Em geral, os hackers se apropriaram das informações dos consumidores, podendo, inclusive, levá-los a prejuízos financeiros. Com as novas regras impostas pela Lei Geral de Proteção de Dados, ataques como esses deverão ser cada vez mais raros.