Título: Resistência à renovação
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 09/11/2012, Economia, p. 10

A resistência de grandes companhias elétricas em renovar as concessões nos termos propostos pelo governo ameaça a promessa da presidente Dilma Rousseff de reduzir a conta de luz em 2013 e pode afetar a política monetária. A estatal mineira Cemig já deixou fora da lista de prorrogações três hidrelétricas que somam 2,5 mil megawatts (MW) de potência. Somente isso retira 1 ponto percentual na redução média (20%) da tarifa prometida pela presidente em rede nacional de rádio e TV.

Além das três usinas da Cemig, analistas acreditam que as paulistas Cesp (geração) e Cteep (transmissão) também devem rejeitar a renovação antecipada e condicionada de concessões. As que ficarem fora da renovação cumprirão os contratos atuais, de 2015 a 2017, cobrando preço maior pela geração e transmisssão.

Caso a redução da tarifa não ocorra, haverá impacto na inflação projetada pelo Banco Central para o próximo ano. A autoridade monetária trabalha com perspectiva de que o indicador fique em 4,9%. Sem a queda planejada do preço da energia, a inflação subiria e se afastaria mais do centro da meta do governo (4,5%), o que poderia ter implicações também sobre a taxa básica de juros (Selic). Além disso, as regras ainda dependem de barganhas no Congresso.