Título: Novo modelo de crescimento
Autor: Luna, Thais de
Fonte: Correio Braziliense, 09/11/2012, Mundo, p. 16

A China, com o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) estimado em 7,8% — o menor desde a crise asiática de 1997 —, deverá aplicar “um novo modelo de crescimento” para lidar com as mudanças econômicas mundiais. A afirmação foi feita ontem pelo presidente Hu Jintao, durante a abertura do 18º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), e coincide com a desaceleração da segunda economia do planeta. Hu pediu à população que “mire mais alto e trabalhe mais” para estimular o desenvolvimento financeiro e social. O compromisso do partido com as metas de dobrar a renda das famílias nos próximos 10 anos foi reafirmado, no contexto de uma população com desigualdades sociais.

Para conseguir dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, Hu explicou que serão feitas reformas para tornar o câmbio e a taxa de juros mais baseados no mercado. As autoridades impulsionarão investimentos no exterior e injetarão o dinheiro do Estado na indústria, como citou a agência de notícias estatal Xinhua. “Nós devemos manter, com firmeza, o foco estratégico de impulsionar a demanda doméstica, expandir o potencial de consumo individual, aumentar o investimento no ritmo adequado e ampliar o mercado doméstico”, declarou o presidente, enumerando as missões que caberão a seu sucessor na liderança do PCC e da nação, Xi Jinping.

Segundo Rod Wye, especialista em China do instituto britânico de relações internacionais Chatham House, o novo modelo econômico chinês terá que ser mais dependente do consumo, a fim de que tenha um crescimento sustentável. Os investidores, segundo a agência de notícias Reuters, estão curiosos para saber como anda a dependência da China em relação à demanda externa, já que as exportações representaram 31% do PIB nacional no ano passado. A economia quase capitalista do país comunista foi afetada pela crise financeira europeia.

Melhora

O presidente do Banco do Povo da China (o equivalente ao Banco Central), Zhou Xiaochuan, afirmou à imprensa que a economia do país está apresentando melhora. “A tendência da economia doméstica está evoluindo numa direção boa. Nós vamos manter a continuidade e a flexibilidade na política do ano que vem”, detalhou. Está prevista para hoje a divulgação de um relatório mostrando o desenvolvimento econômico chinês em outubro. Nas últimas três décadas, a economia chinesa cresceu em ritmo extremamente acelerado, com média anual de 10%. O crescimento no ano passado foi de 9,2%. (TL)