Valor econômico, v.20, n.4824, 28/08/2019. Brasil, p. A5
Bolsonaro quer pedido de desculpas de líder francês
Fabio Murakawa
Renan Truffi
28/08/2019
O presidente Jair Bolsonaro e seu porta-voz, Otávio do Rêgo Barros, deram ontem versões diferentes sobre as condições para que o Brasil aceite a ajuda de US$ 20 milhões oferecida pelo G-7 para o combate aos incêndios na Amazônia.
Bolsonaro disse ontem que vai esperar o presidente francês, Emmanuel Macron, retirar os insultos que teriam sido feitos a ele para, somente depois, dizer se o Brasil aceita ou não a ajuda.
Já Rêgo Barros disse que "o governo brasileiro está aberto a receber suporte financeiro de organizações e países". Segundo ele, "o ponto essencial é que este dinheiro terá governança total do povo brasileiro". "Se o G-7 oferecer a ajuda como organismo internacional, e o Brasil entender que é possível acatar, será acatado."
A atuação de Bolsonaro foi elogiada pelo colega americano Donald Trump. "Ele está trabalhando muito duro nos incêndios da Amazônia", escreveu, no Twitter, o presidente dos EUA.
A declaração foi criticada pela senadora democrata Kamala, que busca a indicação do partido para concorrer à Presidência em 2020. "O presidente Bolsonaro incentivou ativamente os incêndios na Amazônia e rejeitou a ajuda do G-7 para combatê-los", escreveu. "Numa época em que o planeta depende da liderança americana, Trump fracassou."