Título: Com Grécia, Europa inicia semana tensa
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Fonte: Correio Braziliense, 12/11/2012, Economia, p. 9

Bruxelas — A Europa viverá mais uma semana turbulenta. Espera-se até o final de semana grandes manifestações e greves em vários países do continente contra medidas de austeridade. Para a Grécia, a semana já começou ontem, com a aprovação, por margems estreita, do orçamento do próximo ano, que estabelece cortes de gastos e aumento de impostos. Houve protestos ontem na região central de Atenas, em frente ao parlamento, durante a votação.

O orçamento grego será avaliado hoje em Bruxelas, na reunião dos 17 ministros de Finanças da Zona do Euro. Os principais credores da Grécia — a União Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) — resistem a continuar financiando o país. Em recessão há cinco anos, os gregos não conseguem reduzir a dívida, que deverá chegar em 2020 a 120% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no ano).

A sustentabilidade da dívida grega é a condição imposta pelo FMI para continuar apoiando o programa de resgate. O primeiro-ministro do país, Antonis Samaras, declarou que necessita do dinheiro antes de 16 de novembro, data de vencimento de um débito de curto prazo, no valor de de 4,1 bilhões de euros, com o BCE.

Sob a pressão de uma eventual saída da Grécia da Zona do Euro, os países europeus se comprometeram a evitar que a Grécia declare que não pagará a dívida. "A Europa não permitirá, nem de forma acidental, nem de forma premeditada, um calote grego", afirmou na sexta-feira uma fonte europeia que acompanha de perto as negociações.

De acordo com a mesma fonte, "não deverá haver acordo" durante a reunião de hoje em relação ao desbloqueio de 31,2 bilhões de euros para a Grécia. Trata-se de um lote de ajuda acertado pela UE e pelo FMI, pendentes desde junho.