O globo, n.31461, 26/09/2019. País, p. 08
Ibope: aprovação de Bolsonaro chega a 31% e reprovação vai a 34%
26/09/2019
OS NÚMEROS DA PESQUISA
O Ibope entrevistou 2 mil pessoas em 126 municípios entre os dias 19 e 22 de setembro
Também houve queda na avaliação pessoal sobre o presidente: Confiam nele 42%, enquanto 55% afirmaram desconfiar
A aprovação do presidente Jair Bolsonaro caiu no último trimestre, assim como se reduziu seu nível de confiança na população e aumentou o índice dos que projetam que a administração será péssima ou ruim nos próximos três anos. Os dados foram divulgados ontem por uma pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Nos últimos três meses, o mais polêmico evento envolvendo o governo federal foi a crise das queimadas na Amazônia, em que Bolsonaro sofreu críticas de outros países e trocou ataques com o presidente da França, Emmanuel Macron. No âmbito interno, o governo reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019.
A avaliação positiva do governo era de 35% no primeiro trimestre, 32% no segundo e agora chegou a 31% (entrevistados que o consideram “ótimo e bom”). A avaliação negativa cresceu de 27% em abril para 32% em junho, e atingiu 34% na última pesquisa (respostas que avaliam a gestão como “ruim ou péssima”).
A parcela que considera a administração regular era de 25% no início do ano, passou a ser de 27% e permaneceu nesse mesmo patamar em setembro. O Ibope entrevistou 2 mil pessoas em 126 municípios entre os dias 19 e 22 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
QUEDA NO SUL
Houve também redução no nível de confiança em Bolsonaro. Em abril, 51% dos entrevistados pelo Ibope demonstraram confiar no presidente. Em junho, esse número caiu para 46% e agora chegou a 42%. A falta de confiança aumentou: representava a opinião de 45% dos entrevistados em abril, 51% em junho e 55% na consulta mais recente.
Os números do Ibope demonstram a mesma tendência que os do Instituto Datafolha, cuja pesquisa mais recente, do início de setembro, mostrou que a reprovação de Bolsonaro aumentou de 33% a 38% em pouco menos de dois meses.
O Ibope questionou entrevistados sobre as áreas de atuação do governo. Os piores índices de reprovação são relativos a impostos (62%), taxas de juros (61%), combate ao desemprego (59%) e saúde (58%). Os melhores ficaram com a segurança pública (51%), a educação (44%), o combate à inflação (42%) e o meio ambiente (40%).
Em comparação com o governo Temer, 43% dos entrevistados consideraram que a atual administração é melhor, enquanto 33% responderam que as gestões são iguais e 20% definiram o trabalho de Bolsonaro como pior que o do emedebista.
No recorte regional, a aprovação do governo é menor no Nordeste, onde apenas 20% dos entrevistados o avaliam como ótimo ou bom e 47% o consideram ruim ou péssimo. A região Sul apresenta o melhor índice de “ótimo ou bom” (36%), mas houve queda significativa (eram 52% em junho).