Título: Guaranis em debate
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Fonte: Correio Braziliense, 02/11/2012, Política, p. 4

Uma audiência pública promovida ontem pela Comissão Direitos Humanos do Senado reuniu a Funai, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e lideranças indígenas, entre outras entidades, para discutir o conflito agrário em Mato Grosso do Sul envolvendo a etnia guaraní-caiová.

Para a presidente da Funai, Marta Maria Azevedo, uma das maiores causas de conflitos entre fazendeiros e a etnia guarani-caiová no estado são os longos e demorados processos judiciais para demarcação de terras indígenas.

O procurador da República em Dourados (MS) Marco Antonio Delfino acha que, além de o processo de homologação de terras ter de ser mais ágil, a União deve reconhecer sua responsabilidade no processo de colonização do estado. A partir da segunda metade do século passado, para que fazendeiros se instalassem no estado, o governo federal concedeu a eles títulos de posse de terras ocupadas por índios.

A ONG Anistia Internacional está chamando a atenção para a denúncia de estupro de uma guarani-caiová, que faz parte da comunidade de 170 índios de Pyelito Kue. O crime teria acontecido em 24 de outubro. A índia relatou à polícia que oito homens a violentaram e a ameaçaram com uma faca. Ela passou por exame de corpo de delito. O caso está sendo investigado.