O globo, n.31448, 13/09/2019. País, p. 6

 

Bolsonaro ficará afastado por mais quatro dias

13/09/2019

 

 

Internado desde o último sábado para retirada de uma hérnia, o presidente Jair Bolsonaro não poderá reassumir o cargo hoje, como previsto inicialmente. Por determinação da equipe médica, que avalia a necessidade de mais descanso, o presidente só retomará as funções na próxima terça.

Apesar disso, fontes do Palácio do Planalto e do Itamaraty afirmam que Bolsonaro não descartou sua participação na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), marcada para o próximo dia 24, em Nova York.

Com o prolongamento do afastamento de Bolsonaro, o vice-presidente, Hamilton Mourão, permanecerá à frente da Presidência. De acordo com nota da assessoria do Planalto, o estado de saúde de Bolsonaro requer mais quatro dias de descanso, antes de retomar as atividades.

“A recuperação do Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, evolui positivamente. Entretanto, a equipe médica da Presidência da República decidiu mantê-lo afastado do exercício da função de chefe do poder Executivo por mais quatro dias, a contar de 13 de setembro de 2019, com a finalidade de proporcionar maior tempo de descanso”, diz a nota.

Anteontem, Bolsonaro recebeu uma sonda nasogástrica para solucionar um quadro de distensão abdominal. O equipamento serve para retirar gases do estômago e do intestino do presidente. A distensão aconteceu devido à ingestão de ar depois de Bolsonaro ter passado pela cirurgia no abdômen para retirar uma hérnia incisional

LIVE SEMANAL

Mesmo se recuperando da cirurgia, Bolsonaro fez ontem sua tradicional transmissão ao vivo pelo Facebook, como toda quinta-feira. Ele reduziu, no entanto, o tempo da live: em geral, dura cerca de 15 minutos e, ontem, teve apenas três minutos. Por ordens médicas, Bolsonaro deve evitar falar.

— Como toda semana, tenho muita coisa boa a informar ao Brasil —disse ele, no início do vídeo.

Entre as “boas notícias” citadas por Bolsonaro estão a isenção de visto para americanos, feita de forma unilateral pelo governo brasileiro, e a habilitação de 25 novos frigoríficos chineses.

O presidente estava sentado, diante de uma mesa, sobre a qual estava um boné no qual se lia a frase “Make Brazil Great Aga in ”, inspirada no slogan de campanha do presidente dos EUA, Donald Trump.