Correio braziliense, n. 20566, 13/09/2019. Política, p. 2

 

Em rede social, Cintra se defende

Anna Russi

13/09/2019

 

 

Defensor ferrenho de um imposto similar à extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), motivo, da sua demissão da Secretaria Especial da Receita Federal, Marcos Cintra usou ontem as redes sociais para argumentar que a Argentina usa o tributo há 20 anos, com alíquota mais alta do que a sugerida por ele no Brasil. De acordo com o ex-secretário, a Hungria também implementou a taxação.

“A Hungria teve autorização do Banco Central Europeu e introduziu o imposto em 2014. Na Argentina é usado há 20 anos, com alíquota de 1,2%, com excelentes resultados. Países com tradição tributária consolidada não precisam dele”, escreveu em sua conta no Twitter.

Cintra foi exonerado na quarta-feira, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, por determinação do presidente Jair Bolsonaro. O auditor-fiscal José de Assis Ferraz Neto assumiu o cargo interinamente. A demissão aconteceu um dia após a divulgação das alíquotas para um imposto sobre transações financeiras, a ser implantado no Brasil. Cada saque e cada depósito em dinheiro seriam taxados em 0,40%. Já as operações de crédito e débito iam contribuir com uma alíquota de 0,20%.

Pelas redes sociais, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes parabenizou Marcos Cintra pelo trabalho à frente da Receita Federal. Além de afirmar que a trajetória dele como economista e político orgulha o país, o ministro escreveu: “Dotado de elevado espírito público, lhano e republicano, Cintra construiu uma carreira incansavelmente dedicada à realização do desenvolvimento econômico”.

Frase

“Dotado de elevado espírito público, lhano e republicano, Cintra construiu uma carreira incansavelmente dedicada à realização do desenvolvimento econômico. Sua trajetória como economista e político orgulha o país”

Gilmar Mendes, ministro do STF, sobre Marcos Cintra