Título: José Alencar tem herdeiro político
Autor: Mello, Alessandra
Fonte: Correio Braziliense, 22/11/2012, Política, p. 11

Empresário, Josué Gomes da Silva contaria com a simpatia de Dilma Rousseff e de Lula para ser candidato ao governo de Minas

Os eleitos em outubro nem tomaram posse e já começam as especulações sobre a disputa de 2014 para o governo de Minas Gerais. Entre alguns possíveis candidatos já cotados — como o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Dinis Pinheiro (PSDB); o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP); o ministro de Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT); e o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB); surge nos bastidores da política mineira uma novidade: Josué Gomes da Silva. Ele é filho do ex-vice-presidente da República José Alencar, que morreu no ano passado. Uma candidatura que poderia contar com a simpatia — e o dedo — da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Atualmente, Josué mora em São Paulo onde administra o império têxtil construído pelo pai, que sempre nutriu o desejo de ser governador do estado. Alencar disputou o governo de Minas em 1994 pelo PMDB, mas ficou em terceiro lugar. Nas eleições de 2010, o nome do ex-vice-presidente foi cotado para o governo do estado, com o aval do presidente Lula, mas os problemas de saúde fizeram com que ele desistisse da disputa. As articulações para convencer o herdeiro do empresário a topar a empreitada vêm sendo feitas.

O presidente do PMDB, Antônio Andrade, sabe dessas articulações, mas disse que o partido já tem candidato ao Palácio da Liberdade: o senador Clésio Andrade, recentemente filiado à legenda. O ex-secretário geral do PMDB Armando Costa disse que o convite para Josué entrar na legenda já foi feito. "Ele teria todas as condições de ser candidato a qualquer cargo", assegurou Costa, que foi um dos políticos mais próximos do ex-vice-presidente, no tempo em que ele era filiado ao PMDB.

O assessor de Josué, Adriano Silva, que foi chefe de gabinete de Alencar na Vice-Presidência da República e trabalhou com ele durante cerca de 30 anos, disse desconhecer essas conversas.