Título: Entrevista Noam Shalit
Autor: Craveiro, Rodrigo
Fonte: Correio Braziliense, 15/11/2012, Mundo, p. 20
A sensação de vingança foi descartada por Noam Shalit, pai do soldado israelense Gilad Shalit, sequestrado pelo Hamas em 2006, sob as ordens de Ahmed Jabari. Em entrevista exclusiva ao Correio, por telefone, Noam — candidato a Knesset (Parlamento israelense) pelo Partido Trabalhista — considerou “bem-vinda” a morte do palestino. “Era uma pessoa que tinha muito sangue nas mãos”, lembrou Noam (na foto, com o filho).
Como o senhor recebeu a notícia da morte de Ahmed Jabari? O senhor teme uma retaliação do Hamas?
(risos) Eu não sou um estrategista militar nem um comentarista. Mas Jabari era uma pessoa que tinha muito sangue nas mãos. Nos últimos anos, ele havia cometido ações terroristas contra a população civil, incluindo o lançamento de mísseis e de foguetes. Sua morte é bem-vinda.
Jabari teve envolvimento direto no sequestro de seu filho?
Isso não é um assunto pessoal… Certamente, ele esteve envolvido. Ele era o comandante da ala militar. Mas isso não tem nada a ver com um assunto íntimo ou uma vingança pessoal. Como eu já mencionei, ele tinha muito sangue nas mãos e, nos últimos anos, tinha se especializado em ataques contra civis.
Então, o senhor não está satisfeito com essa morte?
Não, não é um tema pessoal. Eu estou confiante de que essa morte trará paz ao povo do sul de Israel. Homens e mulheres que são vítimas dos foguetes.
O senhor chegou a falar com Gilad sobre essa ofensiva israelense? Não.