Título: Oposição quer o inquérito
Autor: Valadares, João; Braga, Juliana; D'Angelo, Ana
Fonte: Correio Braziliense, 25/11/2012, Política, p. 3

Senador tucano critica "Caparelhamento" do Estado

Diante dos desdobramentos da Operação Porto Seguro, a oposição vai pedir, na segunda-feira, o inquérito da Polícia Federal que corre em segredo de Justiça. O objetivo é aumentar a munição e partir para o ataque de pessoas próximas à Presidência da República. Ontem, o senador Alvaro Dias (PSDB), líder da bancada no Senado Federal, afirmou que a Casa tem o dever de analisar todo o conteúdo da investigação, justamente porque é responsável por referendar, mediante votação em plenário, as indicações para os cargos de comando das agências reguladoras. Antes da aprovação dos nomes, há também uma sabatina.

“É nosso dever requisitar o inquérito policial. Esse é um tema do Senado. É preciso identificarmos quem faz o tráfico de influência e quem o aceita. O fato é que as agências acabam sendo ocupadas por pessoas que são indicadas por critérios políticos, e não técnicos. A Comissão de Infraestrutura do Senado tem a obrigação de convocar os responsáveis pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pela Agência Nacional de Águas (ANA) para falar sobre o assunto”, afirmou Dias, que criticou o aparelhamento do Estado. “O tráfico de influência ocorre com as pessoas que estão mais próximas do poder, a exemplo desse caso. Isso é consequência direta do aparelhamento”, salientou.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse que é preciso cautela no momento. “Precisamos entender que ainda estamos na fase do inquérito policial. Vamos aguardar a apuração da Polícia Federal e, depois, analisar todas as responsabilidades. Não podemos concordar com a precipitação acusatória da oposição. Na minha opinião, qualquer pessoa é suscetível a ter um subordinado envolvido com algum tipo de irregularidade”, declarou.

PT faz ato para Dirceu e Genoino Condenados pelo STF, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino participaram ontem de uma manifestação denominada “Ato em defesa do PT”, em São Paulo. O evento foi uma crítica ao julgamento do mensalão. Na sexta-feira, dirigentes e militantes do partido haviam feito uma manifestação, em Osasco (SP), em apoio ao deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), também condenado por envolvimento no mensalão. Esta semana o STF deve determinar a pena de Cunha, que corre o risco de ter o mandato cassado.