Título: Assusete, cidadã honorária
Autor: Abreu, Roberta
Fonte: Correio Braziliense, 21/11/2012, Política, p. 7

Ministra do STJ é homenageada na Câmara Legislativa e se emociona ao falar sobre os laços estreitos com Brasília

Com o auditório repleto de amigos, familiares e autoridades, a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Assusete Dumont Reis Magalhães recebeu ontem a outorga do título de cidadã honorária de Brasília, oferecida pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Nascida em Serro, município de Minas Gerais, ela vive na capital há 19 anos. Durante esse período, foi juíza do Tribunal Regional Federal da 1ª Região e chegou a presidir a Corte. Há três meses, assumiu a cadeira STJ. Para o vice-presidente da CLDF, deputado Dr. Michel (PEN), a homenagem é decorrente do extenso currículo da magistrada. “Pelo trabalho, pela vida dela, de onde e como começou. Percebemos que Assusete presta um grande trabalho à comunidade brasiliense. Ela merecia esse título, tanto que os 24 distritais votaram a favor”, disse.

Surpreendida com a homenagem oferecida pelos familiares, Assusete se emocionou ao assistir um vídeo com imagens da terra natal. “Vejo na minha cidade, onde nasci, estudei e vivi, os melhores momentos da minha infância e juventude. A cidade de Serro é inesquecível pela sua tradição, pelas festas religiosas, pela gastronomia e pelo povo amigo e hospitaleiro”, afirmou. Assusete deixou o interior mineiro em 1969 para estudar em Belo Horizonte. Formou-se em direito e em letras, respectivamente, em 1973 e 1974, e iniciou a vida profissional na capital de Minas. “Fui advogada, inspetora do trabalho, procuradora do INPS, procuradora da República em Minas Gerais e juíza federal”, lembra. Trabalhou ainda no Rio de Janeiro, também como juíza federal.

Em Brasília, chegou transferida em 1993. No TRF da 1ª Região, conquistou amigos e admiradores. Entre 2004 e 2008, assumiu a presidência do órgão. “Esse trabalho me permitiu envolvimento com essa terra, com seu povo e com suas instituições. Agora, sinto-me honrada em fazer parte do STJ. Essa terra, para minha honra, me outorgou o título de cidadã honorária.” Apesar de sentir falta de Serro, se adaptou bem à capital federal. “Continuei fiel às raízes mineiras, mas Brasília me arrebatou o coração, envolveu-me com seu povo, presenteou-me com amigos. Aqui, meus filhos cresceram. Brasília deu o meu neto, Henrique. Já me sentia brasiliense, mas, hoje, sou oficialmente mineira candanga”, compleotu a ministra, que é casada e mãe de três filhos.

Trajetória expressiva Amigo e colega de trabalho de Assusete, o ministro Arnaldo Esteves Lima, representando o presidente do STJ, Félix Fischer, falou sobre a luta da magistrada até chegar ao STJ e parabenizou a Casa pela iniciativa da homenagem. “Ela fez inúmeros concursos, dedicou-se muito. É uma mãe de família exemplar e teve uma trajetória expressiva, que culminou com a presidência do TRF-1. Depois, concorreu e foi nomeada ao STJ. Ela subiu na vida funcional, sem prejuízo na vida pessoal. O STJ se sente igualmente homenageado”, disse o ministro.

Presente na cerimônia, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, afirmou ser “justa” a homenagem. “Ela é querida. Grande parte da carreira da ministra se realizou no Distrito Federal e ela acabou se incorporando à vida da cidade. Aqui, criou os filhos, tem um carinho muito grande e sempre manifestou esse sentimento de brasiliense”, disse. Para o governador, o título veio apenas para confirmar esse sentimento. “Desde a indicação para o STJ, o sentimento da cidade era de que tínhamos uma ministra de Brasília, pelo seu vínculo. A homenagem é um reconhecimento à essa presença. Ela é uma ministra competente e querida pela nossa comunidade.”

“A homenagem é um reconhecimento a essa presença. Ela é uma ministra competente e querida pela nossa comunidade” Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal

“Brasília me arrebatou o coração. Já me sentia brasiliense, mas, hoje, sou oficialmente mineira candanga” Assusete Magalhães, ministra do STJ e cidadã honorária de Brasília

“Ela subiu na vida funcional, sem prejuízo na vida pessoal. O STJ se sente igualmente homenageado” Arnaldo Esteves Lima, ministro do STJ