O globo, n. 31642, 25/03/2020. Especial Coronavírus, p. 11

 

Governo pede compreensão com estoque de vacina; Rio faz escala

André de Souza

25/03/2020

 

 

Ministério da Saúde vai liberar 1 milhão de doses diariamente aos estados

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, pediu compreensão com os problemas verificados em alguns postos de vacinação, onde a vacina da gripe acabou antes de atender todas as pessoas que estão na fila.

Segundo Gabbardo, para poder antecipar a campanha por causa do novo coronavírus, parte da produção feita pelo Instituto Butantan foi entregue, mas o resto está sendo distribuído conforme mais vacinas ficam prontas. Segundo ele, há 1 milhão de doses sendo encaminhadas diariamente para os estados.

— Tem que ter compreensão. Se todo mundo quiser vacina no primeiro, segundo dia, não vai ter suficiente. Mas todos os dias vamos mandar 1 milhão de doses de vacinas para todos os estados. Começamos com 10 milhões —disse Gabbardo

No Rio, a Secretaria de Estado de Saúde mudou a estratégia e, a partir de hoje, o esquema será dividido por faixas etárias em todos os municípios fluminenses.

Na segunda-feira, primeiro dia da campanha, foram aplicadas 220 mil doses, o que representa 90% dos estoques. Em 2019, a prefeitura levou uma semana para aplicar o mesmo número.

— Por causa do coronavírus, houve uma corrida desenfreada aos postos de saúde. Essa adaptação foi para preservar a população, que não deve se aglomerar enquanto espera para ser vacinada — explicou o secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos.

Alexandre Chieppe, médico sanitarista da secretaria, afirmou que devem ser estabelecidos, nos locais de vacinação, espaços para evitar o contato das pessoas:

—Deve-se sempre priorizar locais abertos e arejados. Se ocorrer formação de filas, o profissional de saúde deve orientar as pessoas que seja respeitada distância mínima de 1,5m entre elas.

O público-alvo nesta fase da campanha nacional é idosos e profissionais da saúde. A vacina é trivalente e protege contra os três vírus que mais circularam no hemisfério sul em 2019: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2). A medicação não combate o coronavírus.