Valor econômico, v.20, n.4967, 25/03/2020. Brasil, p. A2

 

Reunião presencial causa desconforto no ministério

Edna Simão

25/03/2020

 

 

Em meio à crise da pandemia do coronavírus, algumas áreas do governo insistem em realizar reuniões presenciais, causando preocupação e desconforto de funcionários. O "gabinete de crise" criado no Palácio do Planalto para articular e monitorar as ações interministeriais de enfrentamento à covid-19, por exemplo, poderia realizar encontros virtuais, mas tem feito de forma presencial.

Segundo fonte ouvida pelo Valor, um número elevado de servidores está sendo escalado para um revezamento, aumentando os riscos de disseminação do coronavírus, o que tem gerado preocupação de técnicos de várias áreas do governo.

No Ministério da Economia, a Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), comandada por Carlos Da Costa, tem sido uma das áreas resistentes em liberar o "home office" para seus funcionários, segundo fontes. Na semana passada, por exemplo, foi realizada uma reunião com 20 pessoas e brigadista medindo a temperatura dos presentes, pois havia pessoa gripada na reunião.

A Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) informou, por meio da assessoria de imprensa do Ministério da Economia, que está "seguindo fielmente" as determinações dos ministérios da Saúde e da Economia, mas não deixa claro se continuam sendo realizadas as reuniões presenciais. Além disso, a assessoria destacou que o secretário Carlos DS Costa determinou por despacho que todos os secretários definissem como seria o regime do trabalho remoto em cada secretaria singular.

De acordo com a secretaria, " o regime de trabalho remoto foi oportunizado para todos os servidores e terceirizados, dentro do grupo de risco ou não, prezando pela saúde e pela manutenção do nível de serviço prestado à sociedade e ao setor produtivo". A secretaria ressaltou também que participou de reuniões por videoconferência, citando como exemplo o encontro com os secretários dos Estados realizado na segunda-feira (23) para alinhar as ações do governo federal com as dos Estados. Na ocasião, participaram remotamente mais de 30 pessoas.