Correio braziliense, n. 20783 , 17/04/2020. Política, p.4

 

Na saída, Mandetta deixa alerta

Maria Eduarda Cardim

Sarah Teófilo

17/04/2020

 

 

Ex-ministro fez questão de afirmar que o país não está livre do pico da pandemia, que, segundo a equipe demissionária, deve acontecer na virada de abril para maio. Ao se despedir do comando da Saúde, elogios aos auxiliares e também a Bolsonaro

Na despedida do Ministério da Saúde, Luiz Henrique Mandetta fez questão de deixar um alerta para seu sucessor, Nelson Teich, e para a sociedade: o país não está livre do pico de infecções pela Covid-19. A equipe que se retirou ontem da linha de frente do governo, na guerra contra a pandemia, há tempos adverte que o momento crítico pode ser entre a última semana deste mês e a primeira quinzena de maio.

“O sistema de saúde ainda não está preparado para uma marcha acelerada (de infecções)”, afirmou. Segundo o ex-ministro, “o sistema tem que se fortalecer mais” antes do fim da quarentena — como vem forçando o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores mais fiéis —, citando a importância de compra de equipamentos. “Temos coisas que podem melhorar a performance do sistema para que ele não chegue tão perigosamente em nível de colapso”, acrescentou.

Mandetta já sabia que de ontem não passava à frente da pasta. Logo cedo, conversou com Bolsonaro sabendo, antecipadamente, que seu ciclo se encerrara. “A conversa com o presidente foi tranquila. Tenho por ele respeito e ele, por mim. É só uma questão de foco”, disse o ex-ministro a jornalistas, ao sair pela garagem do Ministério, na noite de ontem, depois do discurso de despedida, no auditório da pasta. Mas, antes de cruzar a porta de saída, ele percorreu o prédio do Ministério e inaugurou sua foto na galeria dos ministros, junto com alguns funcionários.

Minutos antes, no discurso, o ex-ministro agradeceu a Bolsonaro pela oportunidade. Disse entender o presidente, salientando que ele possui “muitos outros olhares”.

“Sei da dificuldade do peso da decisão dele. Ter que decidir em que momento a economia deve retornar à normalidade, o impacto disso no emprego. O presidente é extremamente humanista, pensa também nesse momento pós-corona”, afirmou. O ex-ministro espera que a condução da pasta se mantenha com base na ciência. “Ciência é luz. É através dela que vamos sair dela (a pandemia)”, ressaltou.

Mandetta agradeceu diretamente aos servidores. Pediu para que não tenham medo e que não façam “um milímetro” diferente daquilo que deveriam fazer. Enquanto falava, foi abraçado pelo secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, cuja demissão recursou na quarta-feira –– afirmando que a equipe sairia junta do Ministério. Ao sair do auditório, foi tão aplaudido quanto na chegada.

Na prática, a demissão de Mandetta, em um momento de pico da pandemia, representa não apenas a mudança de diretriz sobre a condução da crise provocada pela Covid-19, como uma inflexão no governo. Em conversas reservadas, Bolsonaro chegou a dizer que a troca também abre caminho para outras substituições na equipe de 22 ministros.

Com a exoneração, o presidente contrariou, mais uma vez, o discurso de que seus auxiliares têm carta branca para agir. “Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país”, escreveu Mandetta no Twitter. A troca no Ministério da Saúde foi publicada, também ontem, na edição extra do Diário Oficial da União (DOU), junto com a nomeação do substituto, Nelson Teich.

Rota de colisão

Remanescente do Ministério original montado por Bolsonaro no início do governo, Mandetta foi sacado 49 dias após o registro do primeiro caso do novo coronavírus no Brasil. A principal divergência entre os dois era o isolamento social e a utilização da cloroquina e da hidroxicloroquina como pilares do tratamento contra a Covid-19. O ex-ministro sempre orientou a população a ficar em casa e evitar aglomerações, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a fim de evitar um aumento brusco de casos e sobrecarregar o sistema de saúde. Da mesma forma, insistiu várias vezes que o medicamento, utilizado contra doenças como malária e lúpus, carece de comprovação de que é eficiente no combate ao novo coronavírus.

O presidente vai na contramão do distanciamento social, pontuando, em diversos momentos, que a economia do país não pode parar, e que as pessoas devem trabalhar. Bolsonaro manteve posição favorável ao relaxamento de medidas restritivas, como o fechamento de comércios. Apesar das orientações do ministro e de outras autoridades sanitárias, o presidente visitou regiões de Brasília nas últimas semanas. No último passeio, aliás, disse que ninguém tolheria seu direito de ir e vir.

Ao falar sobre medidas contra o coronavírus, Mandetta afirmou que devem ser seguidas “as orientações das pessoas que estão mais próximas, e que estão em contato com o sistema de saúde”, citando primeiro os prefeitos, depois os governadores e, por fim, o próprio Ministério. Bolsonaro tem enxergado que as decisões dos governadores, que implementaram medidas restritivas em seus estados, embutem interesses políticos –– considera que alguns deles querem se cacifar, desgastando-o para a eleição de 2022. Além de eleger João Doria (SP) e Wilson Witzel (RJ) como inimigos, o presidente somou mais um, seu ex-grande aliado Ronaldo Caiado (GO), à lista de desafetos.

Frases

“Tenho por ele (Bolsonaro) respeito e ele, por mim. É só uma questão de foco”

Mandetta, sobre as divergências com o presidente

 “Temos coisas que podem melhorar a performance do sistema para que ele não chegue tão perigosamente em nível de colapso”

sobre o risco de suspender o isolamento social antes da hora

“O presidente é extremamente humanista, pensa também nesse momento pós-corona”

sobre a visão de Bolsonaro de que a economia pode entrar em depressão

“Ciência é luz. É através dela que vamos sair dela (a pandemia)”

sobre em que bases devem ser tomadas as decisões no Ministério

Cronologia de um conflito

 Domingo, 15 de março

Na primeira manifestação explícita de desprezo pelas orientações de Mandetta e do Ministério da Saúde, Bolsonaro desce a rampa do Palácio do Planalto e cumprimenta apoiadores –– quando a recomendação era a de evitar aglomerações. Filmando para as redes sociais bolsonaristas, o almirante Antonio Barra Torres, diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que passou ali a ser cotado para assumir o comando da Saúde. O gesto de Bolsonaro fechou uma semana tensa, pois seus apoiadores haviam marcado um protesto contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Quando se pensava que o presidente desestimularia a manifestação, atuou apenas para que o mote dos atos fosse outro –– mas estimulou a saída em grupos às ruas.

Sábado, 28 de março

Mandetta defendeu enfaticamente o isolamento social e, na coletiva à imprensa, repetiu a necessidade da medida em pelo menos três oportunidades. Ficou claro, ali, que o ex-ministro estava em rota de colisão com Bolsonaro, pois, dias antes, dera declarações alinhadas ao presidente, defendendo a quarentena apenas para idosos e pessoas vulneráveis. Antes, participara de uma reunião tensa, no Palácio do Planalto, com Bolsonaro e outros ministros. Nela, o então ministro teria avisado ao que não endossaria o isolamento vertical.

Segunda-feira, 30 de março

O governo decide que todas as entrevistas coletivas devem ser no Palácio do Planalto, e não mais no Ministério da Saúde. Ficou explícito que a ideia era tirar o foco de Mandetta e, de alguma forma, tutelá-lo.

Quinta-feira, 2 de abril

Primeira crítica direta de Bolsonaro a Mandetta: em entrevista à rádio Jovem Pan, diz que “falta humildade” ao então ministro. “O Mandetta já sabe que a gente está se bicando tem algum tempo. Eu não pretendo demiti-lo no meio da crise, não pretendo. Agora, ele é uma pessoa que em algum momento extrapolou. Ele sabe que tem uma hierarquia entre nós”, lembrou o presidente.

Sexta-feira, 3 de abril

Mandetta dá o troco. Em coletiva, aconselha aos cidadãos seguirem orientações dos governos dos estados, horas depois de Bolsonaro ter atacado as ações dos governadores contra a pandemia –– as críticas tiveram como alvo, sobretudo, João Doria (SP) e Wilson Witzel (RJ). “Recomendamos que as pessoas, todas elas, atendam às recomendações dos governadores dos seus estados, que têm os melhores números, os melhores indicadores para propor as medidas”.

Sábado, 4 de abril

Pesquisa do Datafolha joga mais lenha na fogueira das vaidades: avaliação do trabalho de Mandetta é melhor que o de Bolsonaro. Segundo a sondagem, o ex-ministro tinha o apoio de 76% dos brasileiros. O do presidente, em contrapartida, era considerado ruim ou péssimo por 39% das pessoas, e ótimo ou bom por apenas 33%. Naquela noite, a dupla sertaneja Jorge e Mateus exibe recado de Mandetta, durante uma apresentação ao vivo na internet, defendendo o distanciamento social.

Domingo, 5 de abril

A ameça: Bolsonaro diz que “algo subiu à cabeça” de alguns de seus ministros, em conversa com apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada. “Eram pessoas normais, mas, de repente, viraram estrelas. Falam pelos cotovelos. Tem provocações. Mas a hora deles não chegou ainda, não. Vai chegar a hora deles. A minha caneta funciona. Não tenho medo de usar a caneta nem pavor. E ela vai ser usada para o bem do Brasil”, avisou.

Segunda-feira, 6 de abril

A tensão tinha, aparentemente, atingido o auge, sobretudo depois que rumores davam conta de que Bolsonaro demitira o ministro naquele dia. Mandetta confirma que os servidores tinham “limpado as gavetas”, inclusive as dele. Naquele mesmo dia, Bolsonaro almoçou com o deputado federal e ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS), crítico do isolamento social e apontado como candidato à vaga de Mandetta, e com a imunologista Nise Yamaguchi, entusiasta da utilização da cloroquina. Aumentam rumores de que ela seja a nova ministra.

Quarta-feira, 8 de abril

Em pronunciamento na TV, Bolsonaro defende o uso da cloroquina desde o começo do tratamento dos infectados pela Covid-19. Aproveita e volta a criticar o isolamento social, defendido pelo Ministério da Saúde, e joga a culpa da quarentena e paralisia das atividades econômicas nos governadores. E citou o cardiologista Roberto Kalil Filho, que contraiu a Covid-19 e se recuperou com a ajuda da hidroxicloroquina.

Quinta-feira, 9 de abril

Osmar Terra cada vez mais tenta se colocar na plataforma de lançamento para suceder Mandetta. Dessa vez, vaza uma conversa telefônica que manteve sobre a possível ida para o Ministério da Saúde com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. O diálogo parece mostrar o deputado se prontificando para tirar Mandetta do cargo.

Sexta-feira, 10 de abril

Bolsonaro volta a menosprezar a pandemia em novo passeio por Brasília, com direito a aglomerações e comprimentos depois de esfregar a mão no nariz e cumprimentar uma idosa –– ignorando totalmente o que recomenda o Ministério e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Sábado, 11 de abril

Bolsonaro visita com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado –– que dias antes rompera com o presidente ––, as obras do primeiro hospital de campanha do governo federal, em Águas Lindas, no Entorno do Distrito Federal. Novamente, não se furtou de se juntar à multidão e cumprimentar as pessoas. Mandetta acompanhou tudo de longe e não se furtou em criticar Bolsonaro pelo gesto imprudente.

Domingo, 12 de abril

Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, Mandetta deixa claro que as divergências entre ele e Bolsonaro prejudicavam a luta contra a pandemia. Segundo o ministro, a sociedade estaria diante de um duplo comando, sem saber se segue as regras do Ministério da Saúde ou o presidente. “Ela (relação com Bolsonaro) preocupa porque a população olha e fala assim: ‘olha, vem cá, será que o ministro da Saúde é contra o presidente, né?’”

Quarta-feira, 15 de abril

Mandetta admite que será demitido, em reunião com deputados da comissão externa da Câmara que acompanha a pandemia. “Ele (Bolsonaro) claramente externa que quer outro tipo de posição do Ministério da Saúde. Eu, baseado em ciência, tenho esse caminho para oferecer. Fora desse caminho, tem que achar alternativas”, reagiu. Nesse mesmo dia, o então secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Wanderson de Oliveira, pediu demissão, recusada por Mandetta. Na coletiva do dia, disse que a equipe sairia junta do Ministério.

Quinta-feira, 16 de abril

Bolsonaro se reúne com o oncologista Nelson Teich. No final da tarde, a demissão de Mandetta e sua substituição são anunciadas.

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Troca gera receio no Congresso

Luiz Calcagno

17/04/2020

 

 

CORONAVÍRUS » Temor é de que Ministério da Saúde ceda às pressões de Bolsonaro e adote políticas que agravem o cenário da pandemia. Expectativa entre os parlamentares é de que Teich seguirá a linha defendida por Mandetta

A demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde gerou receio, entre os congressistas, de que o governo Bolsonaro adote políticas de saúde que agravem o cenário de infecção por coronavírus no país. Em pronunciamentos, notas oficiais, por telefone e nas redes, deputados e senadores disseram esperar que o novo ministro, Nelson Teich, dê continuidade ao trabalho do antecessor, e muitos lamentaram e criticaram a decisão do presidente Jair Bolsonaro.

Em nota, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), correligionários de Mandetta, elogiaram a atuação do ex-ministro. “O trabalho responsável e dedicado do ministro foi irreparável. A sua saída, para o país como um todo, nesse grave momento, certamente não é positiva e será sentida por todos nós. A maioria das brasileiras e dos brasileiros espera que o presidente Jair Bolsonaro não tenha demitido Mandetta com o intuito de insistir numa postura que prejudica a necessidade do distanciamento social e estimula um falso conflito entre saúde e economia”, exortaram.

O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), considerou que “a saída de Mandetta é uma notícia lamentada em boa parte do Brasil, pois conquistou a confiança e o respeito da família brasileira com sua postura técnica”.

Oposição

Líder da minoria no Congresso, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) destacou que a oposição sempre criticou Mandetta, mas que ele executou um bom trabalho. “Como foi colocada a divergência entre ele e o presidente, nossa expectativa é a pior possível. Bolsonaro não vai trocar o ministro, no meio da batalha, por alguém que não seja afinado com ele. Ele não vai permitir contrapontos”, avaliou.

O líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Carlos Sampaio (SP), divulgou uma nota em que considera a saída de Mandetta como “lamentável”. “Mandetta se tornou alvo de críticas e intrigas dentro do governo nos últimos dias, justamente por estar fazendo um bom trabalho, alinhado à ciência, aos organismos e às autoridades internacionais”, afirmou.

Também por nota, o líder do PSB, Alessandro Molon (RJ), ressaltou a postura do presidente de menosprezar a pandemia. “Desde o começo desta crise, Bolsonaro escolheu o caminho da negação e guiou suas decisões pelo achismo, politizando o que deveriam ser ações técnicas com critérios científicos. A demissão de Mandetta não passa de um acerto de contas por parte de um chefe que, no auge de sua mediocridade, não tolera um auxiliar se destacando mais do que ele”, disparou.

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por sua vez, manifestou-se por meio das redes sociais. “Recebemos a notícia da demissão do Ministro da Saúde com preocupação. Vaidade e falta de diálogo marcaram mais esse triste episódio do governo. Esperamos que o novo ministro não seja negacionista, que seja técnico e siga as recomendações da OMS. Estaremos à disposição para colaborar”, postou em seu perfil oficial no Twitter.

O senador Ângelo Coronel (PSD-BA) foi mais enfático na crítica: “A lei na corte Bolsonarista está bem clara: cale-se ou será demitido. Mandetta não aceitou a subserviência e caiu. A fila está aumentando. Até quando, meu Deus?”

Desafio

O presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), deu apoio a Teich. “Espero que ele tenha a responsabilidade de conduzir a Saúde dos brasileiros nesse momento. Pela tranquilidade em seu pronunciamento, não sei se ele já tem alternativas sólidas para combate ao vírus ou se ainda não se deu conta da urgência que a situação exige”.

A senadora Simone Tebet (MDB-MT) também se manifestou: “A pasta da Saúde, por si só, é um enorme desafio. Mandetta o encarou de frente, com coragem e correição. Sai do Ministério com credibilidade fortalecida pela ciência. Agora, nos resta desejar que o novo ministro encontre a solução necessária para que possamos superar esta difícil travessia”, disse.

Outro senador, Major Olímpío (PSL-SP), ex-aliado de Bolsonaro, desejou sucesso a Teich à frente do Ministério, mas se mostrou cético: “Eu vi artigos dele (Teich) defendendo o isolamento horizontal para todos. Se ele persistir nesse fundamento, vai ter problemas sérios com o presidente Bolsonaro e não vai durar 30 dias no cargo. Ou terá que rasgar seu diploma e contrariar toda a comunidade científica mundial”, previu, em vídeo postado no Twitter.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) publicou vídeo e o apoio da Associação Médica Brasileira a Teich: “Na AMB referendamos o nome de Nelson Teich. É um nome que conta com nosso total apoio e pelo qual temos muita simpatia. Respeitado na classe médica, eminentemente técnico, gestor e altamente preparado para conduzir o Ministério da Saúde”.

Da mesma forma, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) apoiou a troca na Saúde: “Jair Bolsonaro escolhe um médico e gestor experiente para conduzir a pasta da Saúde. Para os que se incomodam tanto com a substituição do ministro da saúde em plena pandemia, lembramos que os britânicos trocaram o premier durante a guerra. E venceram a guerra!”, disse, referindo-se à substituição de Neville Chamberlain por Winston Churchill.