O Estado de São Paulo, n.46193, 07/04/2020. Política, p.A5

 

Líderes do agronegócio pedem cautela com país

Paulo Beraldo

07/04/2020

 

 

Dirigentes defendem a importância do parceiro comercial; ‘Precisamos de uma posição mais madura’, diz ex-ministro

Líderes do agronegócio brasileiro afirmaram ontem que é preciso ter cautela na forma como o País trata a China, o principal destino das exportações do setor. É consenso entre as autoridades ouvidas pelo Estado que o momento é de “pacificação” diante das incertezas causadas pela pandemia do coronavírus.

“Nossa preocupação é de pacificar e manter as boas relações. Não queremos briga, precisamos dar suporte ao governo para atravessar a crise. Estamos muito preocupados e precisamos de cautela”, afirmou o exministro da Agricultura Neri Geller, hoje deputado pelo PP de Mato Grosso. No Estado, oito de cada dez sacas de soja têm como destino a China.

O também ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli se disse preocupado. “Não devemos insultar ninguém. E não podemos misturar comércio com política, precisamos de uma posição mais sadia, mais madura.”

Presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Marcello Brito declarou que “quando a gente abre um tipo de disputa dessas num momento inadequado, o que a gente espera em troca?”. “Já temos tantos problemas, não precisa criar mais um. O Brasil não ganha nada com isso, só perde”, disse o vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Pedro de Camargo Neto.