Título: Gestão criticada
Autor: Lyra, Paulo de Tarso
Fonte: Correio Braziliense, 26/11/2012, Política, p. 5

A gestão do prefeito na capital sofreu duras críticas, tanto do PT quanto do candidato do PMDB, Gabriel Chalita. Curiosamente, Chalita e o PSD de Kassab deve­rão ser incluídos na Esplanada na reforma ministerial pontual que a presidente Dilma fará no início de 2013. "Kassab deve so­frer da Síndrome de Estocolmo. Apanhou tanto do PT que agora se apaixonou pelo partido", de­clarou ao Correio o vice-presi­dente do PSDB, Alberto Gold­man (SP). A Síndrome de Esto­colmo é uma metáfora a uma pessoa que passou anos sequestrada e acabou apaixonando-se pelo seu sequestrador.

Os petistas ainda se sentem pouco à vontade com seu novo aliado. "Ele é o exemplo do que podemos chamar de um políti­co fisiológico", declarou um pe- tista paulistano. Líder do PSD na Câmara e um dos ministeriáveis do partido, Guilherme Campos (SP) considera Kassab um gênio. "O maior fato políti­co deste século é a criação do PSD", enalteceu. Ambos foram colegas na Faculdade Politécni­ca da Universidade de São Pau­lo. De lá, Kassab saiu direto pa­ra a campanha presidencial de Guilherme Afif Domingos, em 1989. Hoje, os dois estão no mesmo partido.

Kassab sempre foi um ho­mem da burocracia partidária. Depois que deixou o PL, rece­beu do então presidente na­cional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), — também filiado ao PSD de Kassab — a missão de reestruturar o parti­do em São Paulo. Cumpriu a missão — tanto que foi vice de Serra em 2004 pelo partido e reeleito em 2008 pela legenda, já rebatizada de Democratas. Parte da rejeição diante do elei­torado paulistano decorre do périplo que empreendeu para criar o PSD. "O brasileiro não aprova gestores que se dedicam a fazer política. Nós achamos que são coisas que não combi­nam", explicou o deputado Walter Feldman (PSDB-SP).