Correio braziliense, n. 20813 , 17/05/2020. Cidades, p.19

 

Mais lojas autorizadas a abrir

Darcianne Diogo

Walder Galvão

17/05/2020

 

 

CORONAVÍRUS » Decreto assinado ontem pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), permite o funcionamento de lojas de calçados, de roupas, de serviços de corte e costura e de extintores de incêndio. Os estabelecimentos poderão funcionar das 11h às 19h

Lojas de rua que vendem calçados, roupas, extintores e aquelas que prestam serviços de corte e costura estão autorizadas a reabrirem no Distrito Federal. A liberação está prevista em decreto assinado ontem pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) e publicado ontem em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF). Esses estabelecimentos estavam fechados desde 19 de março, como medida de prevenção de contágios pelo coronavírus. Agora, poderão funcionar com horário reduzido, entre as 11h e as19h.

Aos comércios que ainda não receberam a liberação do governo para reabrir, a norma delimita que ficam permitidas operações de entrega em domicílio, pronta entrega em veículos e retirada do produto no local, sem abertura do estabelecimento para atendimento ao público. É vedada, portanto, a disponibilização de mesas e cadeiras aos consumidores.

A permissão para a reabertura vem um dia após a Justiça autorizar a volta gradual do comércio, em blocos, com intervalo de 15 dias. Na mesma data, o Executivo local apresentou recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para revogar a decisão e informou que espera abrir as lojas na segunda-feira. O GDF alega, na ação, que “cabe ao Executivo local e não ao Judiciário tomar decisões sobre as datas e condições de abertura das atividades comerciais”.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Francisco Maia, diz que esperava que mais segmentos fossem reabertos esta semana. “Em função da decisão da Justiça, o governo não conseguiu cumprir o decreto anterior, que previa a retomada total para segunda-feira”, lamentou. Entretanto, Maia acredita que outros setores de lojas de rua devem ser reabertos no decorrer da próxima semana.

Ele garantiu que a entidade acompanhará se todas estão seguindo as regras previstas no decreto. Em relação às vendas, Maia ressaltou que não deverá ocorrer aumento durante esse período. “As pessoas estão com receio de sair de casa. Fizemos uma pesquisa que mostra que 70% dos empresários acreditam que não vai ocorrer a normalização após a reabertura.”

Segundo a infectologista do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) Joana D’arc, é ruim que os comércios fiquem muito tempo sem reabertura alguma, mas é preciso haver mudança de comportamento para reduzir os contágios pela covid-19. “Os mais vulneráveis devem evitar sair de casa sem necessidade. É importante ressaltar que, quem sair, deve manter distanciamento social e usar a máscara. Nesse momento difícil, é essencial investir em mudança de atitude”, orienta.

Expectativa

Adriana Ribeiro, 44 anos, gerencia uma loja de roupas feminina no Sudoeste. O estabelecimento permaneceu fechado durante 40 dias. Depois disso, a gerência adotou o delivery. “Nós sobrevivemos. Estávamos vendendo pelo site ou telefone. Chegamos até a entregar as peças nas casas de clientes, mas sem sair da região”, diz. A gerente se diz esperançosa e se prepara para a retomada. “Todas as peças são higienizadas com uma mistura de álcool e água, temos dispensa de álcool em gel para os funcionários e consumidores e limpamos o balcão e o chão pelo menos três vezes ao dia.”

Proprietário de uma loja de roupas no Riacho Fundo 1, Gildeão Nunes, 34, teve grande prejuízo. “Consegui manter meus funcionários e estamos preparando a loja para a reabertura. Vamos adquirir máscaras e disponibilizar álcool em gel para todos.”

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DF ultrapassa 4 mil casos 

Agatha Gonzaga

17/05/2020

 

 

O número de infectados pela covid-19 no DF passou de 4 mil. Boletim divulgado pela Secretaria de Saúde, ontem, mostrava 4.140 casos confirmados de contaminação pelo coronavírus. Em 24 horas, foram 279 novos registros. Além disso, mais uma pessoa morreu e o número total de óbitos subiu para 55.

A vítima é uma mulher de 84 anos, moradora de Ceilândia. Ela foi internada no Hospital Universitário de Brasília (HUB) em 9 de maio e morreu na sexta-feira, na mesma unidade saúde. Apesar de não apresentar comorbidades — doenças preexistentes que podem agravar o quadro de saúde do paciente — ela fazia parte do grupo de risco para a infecção pelo coronavírus em razão da idade.

Em uma semana, os casos confirmados aumentaram 47,8%. Na segunda-feira, eram 2,8 mil infectados. Já o número de mortes cresceu 25%. No início da semana, a Secretaria contabilizava 44 óbitos. Por outro lado, a porcentagem de pessoas recuperadas da doença também teve aumentou: 2.267 curadas. No momento, 168 leitos de unidade de terapia intensiva (UTIs) estão disponíveis para atendimento de pacientes  com covid-19.