O globo, n. 31690, 12/05/2020. Especial Coronavírus, p. 5

 

Novas regras de distanciamento

Leandro Prazeres

Paula Ferreira

12/05/2020

 

 

Ministério apresenta quatro critérios para balizar decisões

PABLO JACOBPlano. Nelson Teich disse que indicadores vão gerar pontuações para classificar regiões entre cinco níveis de risco

 O Ministério da Saúde apresentou ontem novos critérios para orientar estados e municípios em relação às medidas de distanciamento social que devem ser adotadas para enfrentar o avanço da epidemia de Covid-19.

O plano, o primeiro da gestão de Nelson Teich à frente da pasta, prevê um sistema de pontos baseado em quatro critérios: capacidade hospitalar instalada, contexto epidemiológico, velocidade de crescimento e índices de mobilidade urbana.

O cruzamento desses indicadores vai gerar pontuações que irão representar cinco níveis diferentes de risco: muito baixo, baixo, moderado, alto e muito alto.

Para cada nível de risco, a recomendação será diferente. Nas localidades em que a pontuação indicar um risco muito baixo, será indicado o distanciamento social seletivo I. Para aquelas que atingirem o risco muito alto, a recomendação será a “restrição máxima”. O ministério não apresentou, no entanto, o detalhamento do que serão essas medidas.

— Essa discussão de uma estratégia não representa definir se quer isolar ou flexibilizar. A discussão é uma metodologia para entender qual a melhor forma de cuidar das pessoas e proteger a sociedade. Quando se polariza esse tipo de discussão, isso é muito ruim —afirmou Nelson Teich.

O ministro disse que, a partir das diretrizes apresentadas, cada região poderá ter uma abordagem própria.

— É óbvio que algumas regiões terão abordagens semelhantes, mas, para cada região, vamos definir qual o risco e qual a política. A responsabilidade dessa decisão cabe aos estados e municípios — afirmou o ministro.

— O governo federal e o Ministério da Saúde vão estar sempre prontos para trabalhar junto na discussão das estratégias, das ações e no acompanhamento.

COBRANÇA POR CLOROQUINA

Após ser cobrado nas redes sociais para “liberar” a cloroquina, Teich afirmou que o ministério não proíbe a utilização de nenhum remédio, mas ressaltou que a pasta só recomenda o uso de medicamentos com eficácia comprovada:

— A gente está trabalhando a parte de medicamentos e vacinas, vemos uma grande discussão na rede social, na mídia. O ministério não proíbe o uso de medicamentos. Existe uma diferença entre restringir o uso, proibir, e você não recomendar. Recomendar é quando você tem certeza, por estudos clínicos, de que aquilo é o melhor para as pessoas.