Título: Lobby quer escolas armadas
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 22/12/2012, Mundo, p. 21

No mesmo dia em que o presidente Barack Obama divulgou um vídeo prometendo impor restrições à venda de armas nos Estados Unidos, a Associação Nacional do Rifle (NRA) pediu ao governo que combata a violência com mais armas. "Pedimos, hoje, ao Congresso que atue imediatamente em tudo o que for necessário para que haja oficiais armados em cada uma das escolas deste país", afirmou o vice-presidente da NRA, Wayne LaPierre, em uma coletiva de imprensa em Washington, marcada por protestos contra a associação.

"A única forma de deter um cara mau com uma arma é um cara bom com uma arma", disse LaPierre. Este foi o primeiro pronunciamento da instituição desde a morte de 20 crianças e 6 adultos no massacre em Newtown (Connecticut). Segundo o executivo, a solução para os atentados é escalar policiais ou agentes de segurança em todas as escolas americanas.

Mesmo com as declarações da NRA, no que depender de Obama, os direitos dos cidadão comprarem e venderem armas devem sofrer restrições. "Farei tudo o que estiver em meu poder para avançar nestes esforços. Se há uma coisa que podemos fazer para proteger nossas crianças, temos a responsabilidade de tentar", garantiu o democrata, em resposta às mais de 400 mil pessoas que assinaram uma petição on-line por medidas que ponham um fim aos atentados com armas de fogo.

De acordo com o Washington Post, fabricantes de acessórios infantis à prova de balas — como roupas e mochilas escolares — "lutam para manter a demanda" pelos seus produtos desde a tragédia da semana passada. Mesmo com a comoção causada pelo ataque, novos episódios envolvendo pessoas armadas ocorreram no país. Ontem, na Pensilvânia, quatro pessoas morreram e vários policiais ficaram feridos em um tiroteio em uma área rural. A polícia do Arizona informou também que deteve uma jovem de 16 anos que supostamente planejava atacar uma escola secundária e cometer suicídio.

Curtas

» EGITO

PROTESTOS NA VOTAÇÃO FINAL DO REFERENDO

Em meio a uma grave crise política, o Egito realiza hoje a segunda parte do referendo sobre a polêmica Constituição do país, apoiada por islamitas e muito criticada por opositores, que convocaram protestos em todo o país. Ontem, foram registrados confrontos em Alexandria, a segunda maior cidade do país. E a tensão política pode aumentar ainda mais, acreditam os analistas egípcios. Cerca de 120 mil solados vão dar apoio à polícia para garantir a segurança nos locais de votação. No referendo de sábado passado votaram metade dos 51 milhões de eleitores egípcios, incluindo os habitantes das três maiores cidades do Canal de Suez (Port Said, Ismailia e Suez), da cidade turística de Luxor, além do Cairo e Alexandria. A nova Constituição recebeu o apoio de 57% dos eleitores, segundo resultados ainda não confirmados da apuração da primeira fase, que teve uma participação de cerca de 30%.