Título: Primeiro-ministro apresenta renúncia
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Fonte: Correio Braziliense, 22/12/2012, Mundo, p. 21
Há 13 meses no poder, o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, cumpriu ontem o prometido e formalizou sua renúncia ao presidente da República, Giorgio Napolitano. O anúncio foi feito logo após o Parlamento aprovar definitivamente a Lei de Orçamento de 2013. O premiê decidiu deixar o cargo no início do mês depois de ter perdido o apoio do partido partido Povo da Liberdade, de seu antecessor, Silvio Berlusconi. A saída de Monti — chamado no ano passado para tirar a economia italiana da beira do abismo — abre caminho para a realização de eleições, que devem ocorrer em 24 de fevereiro.
Nos próximos dias, Giorgio Napolitano deve dissolver o Parlamento. "O presidente da República tomou nota da renúncia e convidou o Governo a permanecer interino para tratar os assuntos correntes. O chefe do Estado consultará os presidentes dos grupos parlamentares amanhã (hoje)", destacou comunicado divulgado pela Presidência. Líderes europeus como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, já pediram que as reformas econômicas implementadas pelo primeiro-ministro sejam mantidas.
Monti tem evitado falar sobre seu futuro político, mas há grande pressão para que ele concorra a um mandato, embora os dois principais partidos da Itália e a maioria da população sejam contra — pesquisa mostra que 61% dos eleitores acham que ele não deve ser candidato. No governo, ele tomou medidas radicais que obrigaram os italianos a assumir sacrifícios, mas não atacou os privilégios, principalmente da classe política, segundo analistas políticos.
Além de Monti, é incerta a candidatura de Berlusconi. Por enquanto, as sondagens eleitorais apontam como favorito nas urnas o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, que se comprometeu em manter as metas de redução do déficit acertadas por Monti com a União Europeia, mas com maior apoio a iniciativas de estímulo ao crescimento.