O globo, n. 31673, 25/04/2020. Economia, p. 21

 

Risco político

25/04/2020

 

 

Dólar tem novo recorde, a R$ 5,65, e Bolsa cai 5,45%, com saída de Moro do governo teve desvalorização de 7,99%, seguido pela lira turca, com 7,94%, e pelo peso argentino, com 4%. Analistas já acham possível o dólar chegar a R$ 6. O mercado teme que a saída de Moro amplie desgastes na base do governo, aumentando a dificuldade de articulação entre Executivo e Legislativo. Para muitos especialistas,é cada vez mais difícil imaginar que o governo conseguirá aprovar, passada a pandemia, pautas importantes no Congresso, como as reformas tributária e administrativa. — As reformas ficam mais difíceis de avançar nesse cenário — disse o estrategista chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno. — O Congresso deve aprovar uma coisa ou outra, mas sem coordenação com o governo, e sem força para restaurar a confiança na economia do país.

 MENOS GOVERNABILIDADE

Além da dificuldade de articulação entre Executivo e Legislativo, que minam o avanço das reformas, William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities baseado em Miami, vê um problema de sustentação do governo: —Os atritos reduzem muito a capacidade de governabilidade. O Congresso já não estava em sintonia com o governo, agora menos ainda. Pode ser que passemos a ver uma relação entre Executivo e Legislativo como no segundo mandato de Dilma Rousseff. O resultado nós sabemos qual foi. Também pesou no mercado a expectativa de que o BC reduza a taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom),no dia 6 de maio.Espera-se um corte de 0,75 ponto percentual, levando a taxa a 3% ao ano. Com juro menor, muitos investidores estrangeiros tiram recursos do país, o que eleva a cotação da moeda. As ações de maior peso no Ibovespa tiveram fortes perdas. Os papéis ON e PN da Petrobras recuaram, respectivamente, 7,32% e 5,90%.

Já a Embraer caiu 8,28% após o jornal britânico Financial Times publicar que a Boeing avalia desistir da união com a companhia brasileira.

Dólar tem novo recorde, a R$ 5,65, e Bolsa cai 5,45%, com saída de Moro do governo teve desvalorização de 7,99%, seguido pela lira turca, com 7,94%, e pelo peso argentino, com 4%. Analistas já acham possível o dólar chegar a R$ 6. O mercado teme que a saída de Moro amplie desgastes na base do governo, aumentando a dificuldade de articulação entre Executivo e Legislativo. Para muitos especialistas,é cada vez mais difícil imaginar que o governo conseguirá aprovar, passada a pandemia, pautas importantes no Congresso, como as reformas tributária e administrativa. — As reformas ficam mais difíceis de avançar nesse cenário — disse o estrategista chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno. — O Congresso deve aprovar uma coisa ou outra, mas sem coordenação com o governo, e sem força para restaurar a confiança na economia do país.

 MENOS GOVERNABILIDADE

Além da dificuldade de articulação entre Executivo e Legislativo, que minam o avanço das reformas, William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities baseado em Miami, vê um problema de sustentação do governo: —Os atritos reduzem muito a capacidade de governabilidade. O Congresso já não estava em sintonia com o governo, agora menos ainda. Pode ser que passemos a ver uma relação entre Executivo e Legislativo como no segundo mandato de Dilma Rousseff. O resultado nós sabemos qual foi. Também pesou no mercado a expectativa de que o BC reduza a taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom),no dia 6 de maio.Espera-se um corte de 0,75 ponto percentual, levando a taxa a 3% ao ano. Com juro menor, muitos investidores estrangeiros tiram recursos do país, o que eleva a cotação da moeda. As ações de maior peso no Ibovespa tiveram fortes perdas. Os papéis ON e PN da Petrobras recuaram, respectivamente, 7,32% e 5,90%.

Já a Embraer caiu 8,28% após o jornal britânico Financial Times publicar que a Boeing avalia desistir da união com a companhia brasileira.