Não foram poucos os que observaram, no Twitter, que na lista de temas mais debatidos na rede foi elevada a hashtag #JuntosComBolsolnaro. Escrito assim: com um ‘L’ entre ‘O' e ‘N’. Também não foram poucos os que observaram, ali, o uso de robôs pelos partidários do presidente Jair Bolsonaro.

Robôs são programas automatizados que se fazem passar por contas regulares na rede. Softwares que fingem ser gente. São usados por dois motivos. Para aparecer na lista de trending topics, os temas mais debatidos. E para produzir volume, de forma que as pessoas acompanhando as discussões do dia tenham a impressão de que há muita gente defendendo uma determinada posição. Em essência, simular uma popularidade que não existe realmente.

A suspeita do uso de robôs, neste caso, é por um motivo simples. Muitas pessoas teriam de cometer exatamente o mesmo erro de digitação para fazer com que uma mesma frase fosse parar na lista. A alternativa é que o erro tenha sido cometido uma única vez, porém distribuído por inúmeros robôs.

Não é o único indício de que o bolsonarismo está manipulando a percepção de sua popularidade no Twitter. Também hoje a startup BotSentinel, que usa algoritmos para detectar robôs, observou que pela primeira vez a atividade destes softwares maliciosos vindos do Brasil estava ocorrendo em número comparável com os níveis americanos. Nunca se usou tantos bots quanto nos últimos dias.