O globo, n. 31707, 29/05/2020. País, p. 6

 

Investigação apurou ameaças de morte a ministros

29/05/2020

 

 

Primeira instância já recebeu 72 inquéritos sobre crimes contra o STF, como mensagens que falam em incendiar plenário

A operação deflagrada contra aliados do presidente Jair Bolsonaro é apenas mais uma de diferentes investigações feitas em 14 meses dentro do inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com informações divulgadas ontem pelo Jornal Nacional, da TV Globo. Já foram enviados à primeira instância 72 inquéritos policiais que investigam, entre outros crimes, a ameaça de incendiar o plenário do Supremo e de matar ministros com tiros à queima-roupa.

Desde que o inquérito foi instaurado em março do ano passado, já foram executadas 18 ações de busca e apreensão, 12 ordens para ouvir testemunhas ou suspeitos e aplicadas duas medidas restritivas. Essas operações realizadas anteriormente não estão relacionadas à executada esta semana.

Na semana passada, o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, já havia afirmado que o inquérito permitiu a descoberta de “ameaças reais”. Dentre os fatos mais graves em apuração, divulgados ontem pelo Jornal Nacional, estão a ameaça de morte feita pela internet a um ministro do STF, com identificação do autor — que afirmou a intenção de dar um tiro nas costas do magistrado na própria sede do STF — e uma postagem feita em rede social que continha uma ameaça de atirar em um ministro do STF e, em seguida, nas costas e à queima-roupa, em todos os membros da Corte. O autor desta postagem sugeriu em outra mensagem jogar combustível e tocar fogo no plenário.

Também são investigados o arremesso de um artefato explosivo, detonado na calçada, por um suspeito em um veículo ainda não identificado, em frente à casa de um dos ministros; uma tentativa de agressão física a um ministro do STF na saída de uma palestra numa faculdade de São Paulo por um agressor que foi posteriormente preso por descumprir medidas restritivas impostas pela Justiça; mensagens contendo ameaças feitas por uma célula terrorista, além de ataques cibernéticos a e-mails de magistrados da Corte