O globo, n. 31710, 01/06/2020. País, p. 5

 

Investigada no inquérito das fake news ataca Supremo

01/06/2020

 

 

Sara Winter comandou manifestação na madrugada de ontem em Brasília

REPRODUÇÃO Na madrugada. Vestido de preto, grupo levou máscaras e tochas em ato e foi comparado a supremacistas americanos

 O movimento intitulado “300 do Brasil”, liderado pela ativista Sara Winter — investigada no inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF) e alvo de mandado de busca e apreensão na semana passada por causa de suas ameaças à Corte —, reuniu menos de 30 manifestantes durante um protesto contra o STF realizado na madrugada de ontem, em Brasília.

Com máscaras, tochas e roupas pretas, os manifestantes, que também defendiam o presidente Jair Bolsonaro, marcharam pela Esplanada e se posicionaram na Praça dos Três Poderes, em frente ao tribunal. Eles carregavam uma faixa escrita “300”, ao contrário. O alvo do protesto foi o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news no STF.

Entre as palavras de ordem, os apoiadores de Bolsonaro gritavam “Viemos cobrar, o STF não vai nos calar”, “Ministro covarde, queremos liberdade” e “Careca drogado, Alexandre descarado”.

Nas redes, as imagens do protesto do grupo foram comparadas às do grupo supremacista americano Ku Klux Klan (KKK), também conhecido por usar tochas e máscaras. O assunto ficou entre os mais comentados do Twitter na manhã de ontem.

‘ABJETA DITADURA’

Em mensagem enviada ontem a colegas por WhatsApp, o ministro do STF Celso de Mello comparou o Brasil atual à Alemanha nazista de Adolf Hitler, e afirmou que militantes bolsonaristas “odeiam a democracia” e almejam instaurar “uma abjeta ditadura militar. O ministro também disse ser “preciso resistir à destruição da ordem democrática”. Celso de Mello é o relator do inquérito que investiga interferências indevidas na Polícia Federal.