Título: O recurso de cada um
Autor: Caitano, Adriana ; Braga , Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 29/12/2012, Política, p. 2
O que está em jogo para parlamentares e suas bancadas estaduais é o quanto deixarão ou passarão a receber de reembolso pela exploração do petróleo e quando. Os estados mais aguerridos na briga são Rio e Espírito Santo, justamente os que mais perderão caso o veto seja derrubado. Segundo estimativa do senador Wellington Dias (PT-PI), o autor da primeira proposta que tramitou no Congresso, o prejuízo será de R$ 1,9 bilhão para o Rio e de R$ 167 milhões para o Espírito Santo.
Todos os demais estados serão beneficiados com a alteração. Os que contarão com uma diferença maior no orçamento são a Bahia, que poderia gastar R$ 799 milhões a mais, e Minas, que teria acréscimo de R$ 803 milhões. São Paulo, que conta com a maior bancada na Câmara, teria R$ 504 milhões extras, mas seus representantes estão divididos no apoio a produtores e não produtores.
Com o veto presidencial, os estados e municípios não produtores demorarão mais tempo para ver esse dinheiro. Como precisariam esperar os novos campos serem licitados e abertos, na melhor das hipóteses, novos contratos começariam a gerar dividendos somente em 2018. Além disso, como os vigentes sairiam da partilha, o bolo a ser repartido seria menor. A redistribuição dos royalties do petróleo foi aprovada no início de novembro. O texto fez nova divisão sobre os tributos resultantes da produção. As parcelas que iam majoritariamente a estados onde há exploração e à União foram redivididas a todas as demais unidades federativas. O texto determinava que as mudanças entrassem em vigência em 2013.