O globo, n. 31713, 04/06/2020. País, p. 6

 

De Anitta a Felipe Neto, as novas personas políticas do país

Marlen Couto

João Paulo Saconi

04/06/2020

 

 

Em ranking das redes, personalidades do entretenimento atingem níveis comparáveis aos números de Bolsonaro

 

Com uma linguagem que nem de longe lembra o horário eleitoral, eles falam de política para bases com milhões de seguidores. Não são do ramo e, pelo menos até o momento, dizem que não pretendem mudar devida. Responsáveis por frequentemente pautar as redes sociais, influenciadores digitais brasileiros como oy outu ber Felipe Neto e a cantora Anitta têm apresentado engajamento e popularidade em patamares mais próximos, ainda que abaixo, aos registrados pelo presidente Jair Bolsonaro. Esses novos personagens no cotidiano político do Brasil superam nomes tradicionais, como o ex presidente Lula e o ex-presidenciável Ciro Gomes.

É o que revela um ranking feito pela empresa de pesquisa e estratégia Quaest,a pedido do blog Sonar, que analisou o desempenho nas redes de 15 personalidades, entre políticos, celebridades, youtubers e comentaristas, Usando um algoritmo de inteligência artificial, a Quaest elaborou um índice de popularidade digital a partir dedados de redes sociais e buscadores.

O levantamento aponta que Bolsonaro somou, no período, o maior índice médio de popularidade e liderou o ranking em cinco das dimensões analisadas. A exceção é o critério capacidade decrescimento nas redes (fama), liderado por Anitta. No quesito engajamento, Bolsonaro foi seguido de perto por Felipe Neto. Quando considerada a proporção entre reações positivas e negativas, Bolsonaro empata com o apresentador de TV Luciano Huck. O ex-presidente Lula aparece em 5º lugar no ranking, enquanto Ciro Gomes ficou na 9ª posição. (veja infográfico ao lado).

—É claro que quem tem popularidade alta é a torque influencia as eleições. A diferença é que eles surgem em uma nova plataforma. Nela, o que faz diferença é ter posicionamento claro e autoridade sobre o assunto. As pessoas acreditam no que esses influenciadores falam e eles fazem um esforço grande para discutir o temas em parecer que estão falando de política—analisa o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest