Título: Título no exterior
Autor: Bancillon, Deco ; Martins, Deco
Fonte: Correio Braziliense, 29/12/2012, Economia, p. 12

O governo vai voltar a emitir títulos da dívida pública no mercado internacional no início de 2013. A informação foi confirmada ontem pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. A princípio, a emissão externa seria feita ainda neste ano, mas a operação foi abortada diante do cenário de nervosismo nos mercados por causa da crise econômica global. "Tínhamos essa expectativa (de voltar a emitir títulos), mas o mercado internacional teve uma conjuntura um pouco menos favorável (neste fim de ano)", disse Augustin. "Assim, optamos por deixar o lançamento para o início do ano que vem."

O último lançamento de papéis no mercado externo ocorreu em setembro. O governo emite títulos em moeda estrangeira para criar parâmetros de financiamento a empresas nacionais. Como uma espécie de termômetro, as emissões servem para o mercado avaliar se os investidores internacionais têm ou não confiança no desempenho da economia brasileira. Por isso, sempre que o Tesouro consegue vender títulos públicos pagando juros mais baixos, parte das empresas aproveita para emitir papéis de dívida lá fora, com objetivo de captar recursos que, geralmente, têm custo menor do que os disponíveis no mercado interno.

O secretário disse que o fato de o governo deixar para emitir títulos somente no início de 2013 não muda essa estratégia de testar os chamados fundamentos econômicos do país. Ele explicou que a ideia é que as empresas "possam continuar a ter uma curva de dólares no exterior favorável".

Referência

Um exemplo de papel tido como referência no mercado são os títulos ofertados em dólar com vencimento de 10 anos. Neste ano, o Brasil emitiu alguns desses bônus pagando historicamente o menor percentual de juros acima dos títulos do tesouro norte-americano, os chamados treasuries, considerados os papéis mais líquidos e seguros do mercado mundial. "Em 2013", assegurou Augustin,"nós pretendemos fazer (novamente) emissões com os menores (juros) da história, de modo a continuar a construir uma curva qualitativa".